quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Vamos falar sobre A Hospedeira...


A Hospedeira
Stephenie Meyer
Editora Intrínseca
Sinopse: "Nosso planeta foi dominado por um inimigo que não pode ser detectado. Os humanos se tornaram hospedeiros dos invasores: suas mentes são extraídas, enquanto seus corpos permanecem intactos e prosseguem suas vidas aparentemente sem alteração. A maior parte da humanidade sucumbiu a tal processo. Quando Melanie, um dos humanos "selvagens" que ainda restam, é capturada, ela tem certeza de que será seu fim. Peregrina, a "alma" invasora designada para o corpo de Melanie, foi alertada sobre os desafios de viver dentro de um ser humano: as emoções irresistíveis, o excesso de sensações, a persistência das lembranças e das memórias vívidas. Mas há uma dificuldade que Peregrina não esperava: a antiga ocupante de seu corpo se recusa a desistir da posse de sua mente. Peregrina investiga os pensamentos de Melanie com o objetivo de descobrir o paradeiro dos remanescentes da resistência humana. Entretanto, Melanie ocupa a mente de sua invasora com visões do homem que ama: Jared, que continua a viver escondido. Incapaz de se separar dos desejos de seu corpo, Peregrina começa a se sentir intensamente atraída por alguém a quem foi submetida por uma espécie de exposição forçada. Quando os acontecimentos fazem de Melanie e Peregrina improváveis aliadas, elas partem em uma busca incerta e perigosa do homem que ambas amam." (retirada do Skoob)


O que dizer sobre esse livro que eu li apenas 76 páginas e já odiei pakas?
É meio estranho isso, eu nunca odiei tanto um livro em menos de 100 páginas (nem The Mark of Athena, por exemplo). Mas com esse foi uma espécie de ódio a primeira vista. Antes de ler eu perguntei pra várias pessoas que já leram o que elas acharam, e as opiniões eram divididas. Quem gostou amou e quem não gostou odiou, não tinha um meio termo. Aí eu peguei emprestado de uma amiga (que por sinal também não conseguiu ler o livro todo, parou na página 85) e comecei a ler. O início é muito legal. Verdade. A história em si é boa. O mundo meio que acabou e quem dominam são os alienígenas. Mas eles não são alienígenas normais, como desses filmes de ET que são grandes, magros, cabeçudos e verdes. Não estou reclamando que ela mudou os alienígenas como ela mudou os lobisomens e os vampiros em Crepúsculo. Essa foi uma mudança legal. Eu gostei de como ela os descreve. Não caiu no clichê que são aqueles aliens tradicionais.
Enfim, os aliens dominam o mundo e vivem dentro das pessoas, que são suas hospedeiras (daí o nome do livro). Eles são instalados nos corpos das pessoas, onde vivem a vida delas. Peregrina já passou por vários planetas e agora chegou na Terra. E ela usa o corpo de Melanie Stryder como hospedeira. Só que a Melanie não aceita que Peregrina tome seu corpo completamente. Ela resiste e "continua lá", digamos assim. Elas até chegam a discutir, o que eu achei uma coisa muito legal. 
A alien Peregrina precisa descobrir alguns segredos de sua hospedeira Melanie, pois ela era de uma espécie de grupo de resistência e a Buscadora queria saber onde eles estavam para poder capturá-los. E aí começa a palhaçada.
Melanie começa a bloquear sua mente para que Peregrina não consiga informações a partir de suas lembranças. Descobrimos que ela tem um irmão de uns 13 anos, praticamente uma criança. Ao invés de Melanie proteger o irmão escondendo lembranças sobre ele e sobre sua localização ela acaba deixando com que Peregrina saiba de tudo. A alien vai lá e avisa a Buscadora sobre o irmão dela. E também descobrimos que ela está protegendo o namorado, que está bem grandinho e que, digamos, consegue se virar sozinho. 
Não sei se por ciúme do namorado ou por simplesmente colocá-lo na frente de tudo como Bella fazia em Crepúsculo ela o protege mais que o próprio irmão! COMO ASSIM?
E as palhaçadas continuam. Depois de uns dois capítulos onde não acontece muita coisa, Peregrina decide falar com um Curandeiro (espécies de médicos que introduzem os alienígenas nos corpos hospedeiros) para decidir se "salta" para um outro corpo ou não, porque ela corre o risco de ser dominada e destruída por Melanie. E eu não cheguei a descobrir o que acontece. E sinceramente? Não estou nem aí. O livro me ganhou e me perdeu antes mesmo de eu chegar à página 100. 
O que me irritou profundamente foi a "Bellice" em Melanie. A garota é praticamente a Bella de Crepúsculo, só que não está apaixonada por nenhum vampiro e sim por um dos únicos humanos não ocupados por alienígenas que restam na Terra. Pra começar, em um dos flashbacks narrados pela Melanie (a maior parte do livro é narrada por Peregrina) ela está invadindo uma casa pra roubar comida para ela e seu irmão e se depara com Jared, o namorado que eu falei há pouco. Não é muito bem um namorado. Eu acho que é só um amigo colorido. Enfim, ela está lá roubando a casa e do nada Jared aparece. E o que ele faz? ELE A BEIJA! ELE A BEIJA! BEIJA! ELE A VIU HÁ 3 SEGUNDOS E A BEIJA!
Na primeira vez ela o chuta e escapa. Aí ele a persegue, a joga no chão, afirma que é um humano e o que mais? ELE A BEIJA DE NOVO! ELE A BEIJA! DE NOVO! E o que ela faz? ELA ACEITA! ELA GOSTA DO BEIJO! ELA QUERIA MAIS! ELA O CONHECE HÁ 3 MINUTOS, O BEIJOU DUAS VEZES E JÁ SE APAIXONOU PERDIDAMENTE!
Usei capslock pra poder expressar minha indignação. Stephenie Meyer crepusculizando os personagens... E OS ESTRAGANDO JÁ NAS PRIMEIRAS PÁGINAS!
E tem mais... enquanto Peregrina está dirigindo Melanie mostra a ela mais uma lembrança. Dessa vez eles estão em uma espécie de acampamento secreto, ela, o irmão e Jared. Pra começar, pra quem queria proteger os amigos mostrar exatamente a localização do refúgio deles é a coisa mais sensata a fazer. Olha Melanie, você está certíssima. Vamos bater palmas para você.
E foi essa cena do flashback que me fez desistir do livro todo. Eles estão sozinhos na cabana, barraca ou sei lá, porque o irmão dela está dormindo. Ela vai e se deita com ele no sofá, e começa a se insinuar pra ele. Sim, ela se insinua. Ela deita por cima dele e começa a falar umas coisas do tipo "você não deveria estar aqui sozinho blablabla você  isso blablabla você aquilo blablabla quero dividir a cama com você". 
Mais ou menos assim. Eu fiquei com uma vontade imensa de entrar no livro e dar uma chinelada na cara dela. Sério, eu fiquei com muita vontade. 

"Será que não sente o fogo entre o corpo dele e o meu? Isso tudo sou eu? Como tudo isso pode ser tudo eu? Parece que há um sol achatado e preso entre nós - espremido como uma flor entre as páginas de um livro grosso, queimando o papel. Será que ele sente alguma coisa diferente? Algo ruim?"

Melanie, toma vergonha na cara. Mais ou menos nesse momento eu comecei a odiá-la. E tem mais. 

'"Se eu tivesse de escolher alguém, qualquer um, para ficar perdida num planeta deserto, seria você,' sussurro. O sol entre nós ardeu mais quente. 'Sempre quero estar com você. E não só para... e não só para conversar. Quando você me toca...' Ouso deixar meus dedos roçarem lentamente a pele macia de seu braço e sinto chamas fluírem das suas pontas agora. Os braços dele se apertam à minha volta. Será que ele sente o fogo? 'Não quero que você pare.' Quero ser mais exata, mas não consigo encontrar as palavras. Tudo bem. Já fiz bobagem suficiente admitindo o que admiti. 'Se você não se sente do mesmo modo, eu compreendo. Vai ver não é o mesmo para você. Tudo bem.' Mentiras."

E quando pensei que não podia mais piorar me vem isso:

"Foi um milagre - mas que milagre- quando encontrei você, Melanie. Agorinha mesmo, se me dessem a escolha entre ter o mundo de volta e você, não seria capaz de abrir mão de você. De salvar cinco bilhões de vidas."

Aí eu pensei: "É o cúmulo do ridículo, como alguém pode gostar desse troço?" piora:

"'Mas?' Como pode haver um mas? O que poderá vir de todo esse fogo, que comece por mas?
 'Mas você só tem 17 anos, Melanie. Eu tenho 36.'
 'E o que isso tem a ver?'"

Desse momento eu não consegui prosseguir. Eu pulei pra próxima página só pra saber como o capítulo terminava e fechei o livro de vez, feliz por ter emprestado o livro e não comprado. Se eu tivesse gasto um real que seja pra comprar isso eu me mataria. Eu me sentiria culpado por toda a eternidade. Amanhã mesmo devolvo para a amiga e depois nunca mais A Hospedeira.
Juro que no início pensei que poderia esquecer que é da mesma autora de Crepúsculo e ler um bom livro em paz. Mas não dá pra pensar assim com todos esses personagens crepusculizados ao extremo. Há livros ruins que eu pelo menos chego ao final, como The Mark of Athena, que com raiva ou não eu continuei lendo. Mas com A Hospedeira não teve como. O filme me parece ser bom, mas depois de ler esse fiasco não tenho certeza se vai valer a pena gastar meu dinheiro em ingressos para sua adaptação.
De 0 a 10... 5, pra não dar um belo 0. 
Se você ainda quiser ler siga em frente, leia. Mas se você já não gostou de Crepúsculo e não tem a mentalidade de uma garotinha de 12 anos que não conhece o que é literatura de verdade melhor escolher outro. Quem avisa amigo é. 
Até o próximo post ;D

2 comentários:

  1. Não me mate ok?, mas A Hospedeira (cá em Portugal se chama Nómada) é um dos meus livros favoritos. Confesso que ao primeiro também não estava a gostar, aliás só comecei a gostar a partir do meio e do meio para o final a história melhorou muito porque já não há tanto aquela lamechice, é mais ação e tudo o mais e acaba por compensar tudo o que está pra trás. Aparecem muitos mais personagens que valem a pena ser conhecidos e eu acho que devias dar uma segunda chance.
    www.fofocas-literarias.blogspot.pt

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    1. Preciso dar mais uma chance para o livro então... só pular discretamente as primeiras 70 páginas e está ótimo haha

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