Oi, como vai?
Hoje estou aqui para falar sobre American Horror Story: Coven, a terceira temporada da série de terror, que de terror não teve nada.
Como sabemos, a série conta uma história avulsa em cada temporada, e depois de uma casa mal assombrada e um manicômio, chegou a vez das bruxas de Salém, um tema incrível e que abre um leque para muitas tramas maravilhosas.
E o que foi realmente feito? Apenas a pior temporada da série.
Tudo começa quando Zoe, uma garota aparentemente normal, mata seu namorado com seu poder de vagina assassina (todos os garotos com quem praticava sexo acabavam mortos por hemorragia interna, poder que, aliás, foi completamente esquecido ao longo da história). Sua mãe revela que a garota é, na verdade, uma bruxa, e ela vai para uma academia de jovens bruxas em New Orleans.
Uma espécie de Hogwarts, coordenada por Cordelia Foxx (mais uma personagem de Sarah Paulson que, para não perder o costume, sofre, sofre e sofre mais um pouquinho), a academia ainda abrigava outras garotas: Queenie, um boneco de voodoo humano (ela poderia causar ferimentos a qualquer pessoa apenas causando um ferimento a si própria, sem se machucar), Nan, que lia mentes, e Madison, uma ex atriz que causou a morte de um homem com seu poder de telecinesia (movimentar coisas com o poder da mente) e foi parar na academia pensando ser uma celebrity rehab. Temos também Misty Day, uma hippie que tem o poder de trazer coisas de volta à vida, mas que foi queimada na estaca por prática de bruxaria e acabou sendo dada como morta.
Lá, descobrimos que há um esquema de Supreme na sociedade de bruxas. Dentre todas as bruxas, há uma mais poderosa, soberana, suprema. Ela é a mais forte, que consegue executar qualquer tipo de poder. Mas a Supreme atual, Fiona Goode, é extremamente egoísta e inescrupulosa. Essa personagem, claro, não poderia deixar de ser interpretada pela diva (não há como descreve-la de outra maneira) Jessica Lange.
Além de tudo isso, temos também as histórias de Delphine LaLaurie e Marie Laveau. A primeira, uma rica senhora do século passado de New Orleans que desenvolveu um gosto um tanto peculiar pela anatomia humana. E para estudar, nada melhor do que abrir seus escravos, remexer em seus órgãos, usar seu sangue como produto de beleza. Laveau era a rainha voodoo, grande defensora do direito dos negros. Quando descobriu as atrocidades de LaLaurie, a deu um frasco com uma poção que a tornou imortal, e depois a aprisionou em um caixão por cerca de cem anos, até ser liberta por Fiona.
Essa é praticamente a base de toda a história, e é uma ótima base. Daria uma temporada sensacional. Mas aí entra Ryan Murphy, que foi capaz de criar uma ótima história, mas não de continua-la.
Aconteceram algumas coisas legais, sim. Nos foram mostradas cenas chocantes, sim. Mas não passou disso.
Os fatos aconteciam e eram rapidamente esquecidos. Queenie, em determinado episódio, é estuprada por um minotauro. É. Foi uma cena chocante. Me prendeu. Mas não foi levada adiante. Não foi mostrado nada demais (não que eu queria ver o ato em si, mas com tudo o que nos foi mostrado em Murder House e Asylum a cena poderia ter sido muito melhor explorada), e como consequência Queenie apenas ficou um episódio de cama. Fiona Goode era uma assassina fria, que mataria qualquer que fosse a nova Supreme para que continuasse em seu reinado por mais anos (quando uma Supreme surge, a outra morre). E o que fazem com relação a isso? Isso mesmo, nada. Convivem com a mulher numa boa, como se ela não fosse um perigo iminente.
A temporada, mesmo sendo para maiores de 18 anos, contou com um imenso apelo teen. Ao invés de uma história realmente impactante, Ryan nos trouxe um amontoado de bitches e mais bitches tentando sambar uma na outra. Era como se ele nos quisesse obrigar a falar no final de cada episódio "nossa, fulana de tal sambou na cara de fulana de tal", "pisou nas inimigas", "divaaaa".
E o que mais me incomodou, de todos os problemas que já citei, foi a inconsistência e a indecisão de Murphy. Era como se não houvesse planejamento algum e ele simplesmente escrevesse os novos episódios sem se ater aos fatos dos anteriores. Certo dia ele matava uma personagem importante, e era realmente uma morte muito legal. No máximo três episódios depois a personagem era ressuscitada, e todo o impacto acabava. E em algumas vezes as personagens que ressuscitavam não traziam nada de realmente novo pra história. E os problemas eram convenientes demais. Para sinalizar o fim de sua vida e de sua supremisse, Fiona tinha um câncer, que, em tese, pioraria conforme a nova Supreme se fortalecesse. Mas a verdade é que o câncer ia e vinha de acordo com as vontades de Ryan. Em um dia, Fiona estava saudável. No seguinte, estava careca quase morrendo. No outro, ela já estava linda e saudável novamente. Cordelia fica cega em determinado momento, e isso foi muito legal, pois ela desenvolveu uma segunda visão, a habilidade de enxergar a verdade sobre as pessoas apenas tocando nelas. Mas eis que Ryan mudou de ideia e num belo episódio a fez recuperar a visão. Foi uma cena chocante, e muito legal. E podia continuar assim. Mas, em um outro belo dia, Ryan resolve fazer Cordelia ficar cega novamente, porque percebeu que ela tinha se tornado uma personagem inútil quando recuperou a visão. Simples assim. É como um recado de Murphy dizendo "a série é minha eu faço o que quero".
Esse recado também é praticamente esfregado em nossa cara no início da season finale (não é spoiler, isso acontece antes mesmo da abertura), quando Stevie Nicks, vocalista da banda Fleetwood Mac, anda pela academia cantando uma música cuja única ligação é com o nome do episódio, Seven Wonders. Para aqueles que não sabem, Ryan também é o criador de Glee, e quis misturar as duas porque, afinal de contas, a série é dele mesmo.
No início, tudo foi muito legal, mas com o tempo foi se tornando um hábito, e não dava mais pra levar os acontecimentos a sério. Quando uma personagem morria, já ficava claro que ela voltaria a viver, e no mais tardar dois episódios depois ela ressuscitava. As cenas impactantes passaram a ser apenas um amontoado de cenas feitas pra chocar, mas que já acabaram perdendo o efeito.
E outra crítica fica por conta de Evan Peters. O jovem é um ótimo ator e deu um show nos papéis de Tate e Kit em Murder House e Asylum, respectivamente. Mas em Coven foi extremamente mal aproveitado. Kyle nada mais é do que um garoto que Zoe conhece em uma festa e é morto por Madison. Quando elas o ressuscitam ele se torna praticamente um macaco. Não fala nada, não pensa direito, não anda sobre os dois pés corretamente. Acho que Ryan quis coloca-lo como um Frankenstein, mas estava mais para um chimpanzé mesmo. E o curioso é que, de todos os personagens que voltam à vida, apenas ele age daquela maneira (???).
Atualmente, quando falo sobre American Horror Story, costumo recomendar apenas as duas primeiras temporadas. Mas o que me anima é justamente o fato de que a série retrata uma história avulsa por temporada, então por mais que esta tenha sido ridícula ainda podemos esperar por uma salvação vindoura. A quarta temporada, segundo boatos (e estou torcendo para que se concretizem), contará a história de um circo dos horrores na década de 1950. Será uma coisa de épocas antigas, como foi Asylum, e, espero, séria.
Como aconteceu com Coven, está vindo com muitas promessas. Só nos resta esperar que cumpram realmente essas promessas, e não se tornem uma decepção ainda maior do que essa péssima season 3 foi.
Os fatos aconteciam e eram rapidamente esquecidos. Queenie, em determinado episódio, é estuprada por um minotauro. É. Foi uma cena chocante. Me prendeu. Mas não foi levada adiante. Não foi mostrado nada demais (não que eu queria ver o ato em si, mas com tudo o que nos foi mostrado em Murder House e Asylum a cena poderia ter sido muito melhor explorada), e como consequência Queenie apenas ficou um episódio de cama. Fiona Goode era uma assassina fria, que mataria qualquer que fosse a nova Supreme para que continuasse em seu reinado por mais anos (quando uma Supreme surge, a outra morre). E o que fazem com relação a isso? Isso mesmo, nada. Convivem com a mulher numa boa, como se ela não fosse um perigo iminente.
A temporada, mesmo sendo para maiores de 18 anos, contou com um imenso apelo teen. Ao invés de uma história realmente impactante, Ryan nos trouxe um amontoado de bitches e mais bitches tentando sambar uma na outra. Era como se ele nos quisesse obrigar a falar no final de cada episódio "nossa, fulana de tal sambou na cara de fulana de tal", "pisou nas inimigas", "divaaaa".
E o que mais me incomodou, de todos os problemas que já citei, foi a inconsistência e a indecisão de Murphy. Era como se não houvesse planejamento algum e ele simplesmente escrevesse os novos episódios sem se ater aos fatos dos anteriores. Certo dia ele matava uma personagem importante, e era realmente uma morte muito legal. No máximo três episódios depois a personagem era ressuscitada, e todo o impacto acabava. E em algumas vezes as personagens que ressuscitavam não traziam nada de realmente novo pra história. E os problemas eram convenientes demais. Para sinalizar o fim de sua vida e de sua supremisse, Fiona tinha um câncer, que, em tese, pioraria conforme a nova Supreme se fortalecesse. Mas a verdade é que o câncer ia e vinha de acordo com as vontades de Ryan. Em um dia, Fiona estava saudável. No seguinte, estava careca quase morrendo. No outro, ela já estava linda e saudável novamente. Cordelia fica cega em determinado momento, e isso foi muito legal, pois ela desenvolveu uma segunda visão, a habilidade de enxergar a verdade sobre as pessoas apenas tocando nelas. Mas eis que Ryan mudou de ideia e num belo episódio a fez recuperar a visão. Foi uma cena chocante, e muito legal. E podia continuar assim. Mas, em um outro belo dia, Ryan resolve fazer Cordelia ficar cega novamente, porque percebeu que ela tinha se tornado uma personagem inútil quando recuperou a visão. Simples assim. É como um recado de Murphy dizendo "a série é minha eu faço o que quero".
Esse recado também é praticamente esfregado em nossa cara no início da season finale (não é spoiler, isso acontece antes mesmo da abertura), quando Stevie Nicks, vocalista da banda Fleetwood Mac, anda pela academia cantando uma música cuja única ligação é com o nome do episódio, Seven Wonders. Para aqueles que não sabem, Ryan também é o criador de Glee, e quis misturar as duas porque, afinal de contas, a série é dele mesmo.
No início, tudo foi muito legal, mas com o tempo foi se tornando um hábito, e não dava mais pra levar os acontecimentos a sério. Quando uma personagem morria, já ficava claro que ela voltaria a viver, e no mais tardar dois episódios depois ela ressuscitava. As cenas impactantes passaram a ser apenas um amontoado de cenas feitas pra chocar, mas que já acabaram perdendo o efeito.
E outra crítica fica por conta de Evan Peters. O jovem é um ótimo ator e deu um show nos papéis de Tate e Kit em Murder House e Asylum, respectivamente. Mas em Coven foi extremamente mal aproveitado. Kyle nada mais é do que um garoto que Zoe conhece em uma festa e é morto por Madison. Quando elas o ressuscitam ele se torna praticamente um macaco. Não fala nada, não pensa direito, não anda sobre os dois pés corretamente. Acho que Ryan quis coloca-lo como um Frankenstein, mas estava mais para um chimpanzé mesmo. E o curioso é que, de todos os personagens que voltam à vida, apenas ele age daquela maneira (???).
Atualmente, quando falo sobre American Horror Story, costumo recomendar apenas as duas primeiras temporadas. Mas o que me anima é justamente o fato de que a série retrata uma história avulsa por temporada, então por mais que esta tenha sido ridícula ainda podemos esperar por uma salvação vindoura. A quarta temporada, segundo boatos (e estou torcendo para que se concretizem), contará a história de um circo dos horrores na década de 1950. Será uma coisa de épocas antigas, como foi Asylum, e, espero, séria.
Como aconteceu com Coven, está vindo com muitas promessas. Só nos resta esperar que cumpram realmente essas promessas, e não se tornem uma decepção ainda maior do que essa péssima season 3 foi.
Adorei seu post, já que sou fã da série. Também não gostei da season 3 e pra falar a verdade, achei Asylum totalmente previsível ):
ResponderExcluirmemoriasresenhadas.blogspot.com.br
Olá Adan, ótimo post!
ResponderExcluirTambém sou fã da série, e me decepcionei um pouco com Coven, achei meu teen demais.
Beijos!
Monomaníacas por Livros
Oi.
ResponderExcluirComecei a assistir a série e parei na segunda temporada. Já não tinha mais paciência para assistir à série. Nem conclui a segunda, parei pelas metades mesmo. ;s Ótimo post.
Abraços.
Natalia,
http://musicaselivros.blogspot.com.br/
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirFoi a pior série que assisti na vida. Depois dessa temporada nem confio mais em algo de bom na quarta.
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