sábado, 23 de fevereiro de 2013

Playlist do R


Há um tempinho eu assisti o Meu Namorado é um Zumbi, e preciso compartilhar com vocês minhas impressões sobre o filme. Eu demorei demais pra escrever esse post porque eu amei. Eu sei que é estranho, mas eu só consigo formar uma opinião sobre alguma coisa quando eu a odeio. Quando eu amo é simplesmente "ah eu amei porque é perfeito". 
Uma das coisas que mais geraram discussão foi o nome do filme. O nome original é Warm Bodies. Em inglês é um nome legal mas, convenhamos, Corpos Quentes faria o filme parecer um filme pornô. A tradução do nome do livro é Sangue Quente, mas para o filme eu achei uma boa escolha Meu Namorado é um Zumbi. 
Tudo bem que o filme mostra um zumbi que se apaixona por uma humana, e que se cura e cura os outros com a força do amor e blablabla, mas eu amei demais. Verdade. A história é muito boa, vamos dizer. R (ele não se lembra do resto do nome, mas eu deduzi que é Romeu porque o próprio autor do livro que deu origem ao filme disse que se baseou em Romeu e Julieta e se a garota se chama Julie...) é um zumbi em uma espécie de crise existencial. Ele e vários outros zumbis vivem em um aeroporto abandonado, onde passam seus dias vagando de um lado para o outro. E Julie (interpretada por Teresa Palmer, que é idêntica à Kristen Stewart, mas isso não é uma coisa negativa porque ela é muito bonita) é uma das sobreviventes, que vivem em uma parte da cidade cercada por um paredão gigantesco. 
Certo dia um grupo de pessoas (ela, o namorado, uma amiga e várias outras pessoas) precisam sair do paredão e buscar remédios em um laboratório. E esse laboratório é atacado por um grupo de zumbis famintos, incluindo R, que devora o namorado de Julie. Eu gostei porque a paixão que R sente pela garota tem um significado, não só "olhei para ela e me apaixonei perdidamente". O zumbi, que narra a história, devora o cérebro do namorado de Julie porque, segundo ele, se deixar o cérebro o rapaz se tornará um zumbi como eles. E quando um zumbi devora o cérebro de uma pessoa ele adquire todas as lembranças e sentimentos que a pessoa tinha. E como ele era o namorado de Julie, tudo que ele sentia pela garota e todas as lembranças boas que ele guardava pipocaram na cabeça de R. 
Desde então ele começa a ajuda-la, levando-a do laboratório tomado de zumbis até seu avião e a protege de todas as maneiras. De início ela tenta fugir mas depois descobre que as intenções dele são realmente boas. E aí eles começam a ficar amigos. 
Os zumbis não são os grandes vilões da história, são os esqueléticos. Os esqueléticos são uma espécie de cadáveres, ou esqueletos mesmo. Eles não têm sentimentos e devoram tudo o que tem batimentos cardíacos. E eles resolvem atacar o lugar onde os humanos estão escondidos, ao mesmo tempo que R se infiltra no lugar para provar que o amor que ele sentia por Julie o estava curando, e curando os outros zumbis também. E o pai da garota, líder dos refugiados, vai ter que aceitar uma ajudinha inesperada...
Não posso ficar dando mais detalhes do que eu já dei, mas saiba que se você for assistir você vai rir bastante e até sentir medo em algumas horas. Ah, e outra, uma das melhores coisas do filme é a trilha sonora. Verdade. Ela é muito boa. Cada música é ideal para a cena em que foi colocada. É um conjunto de coisas que teriam tudo pra dar errado mas que dão certo, como por exemplo romance, zumbis e tudo o mais. Vale a pena assistir. 
Como eu não achei certo falar sobre a trilha sonora perfeita do filme sem citar as músicas, eu vou fazer melhor: vou colocar uma playlist, a Playlist do R, que conta com Guns N' Roses, Bob Dylan, etc. Minhas favoritas são The Bad in Each Other, de Feist e Midnight City, de M83 mas no geral todas são legais, e a maioria dessas músicas estão em discos que R pega dos lugares que invade pra comer cérebros. Quem disse que um zumbi não pode ter um bom gosto musical? 


                                                  Playlist do R by AdanCF on Grooveshark

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Vamos falar sobre A Hospedeira...


A Hospedeira
Stephenie Meyer
Editora Intrínseca
Sinopse: "Nosso planeta foi dominado por um inimigo que não pode ser detectado. Os humanos se tornaram hospedeiros dos invasores: suas mentes são extraídas, enquanto seus corpos permanecem intactos e prosseguem suas vidas aparentemente sem alteração. A maior parte da humanidade sucumbiu a tal processo. Quando Melanie, um dos humanos "selvagens" que ainda restam, é capturada, ela tem certeza de que será seu fim. Peregrina, a "alma" invasora designada para o corpo de Melanie, foi alertada sobre os desafios de viver dentro de um ser humano: as emoções irresistíveis, o excesso de sensações, a persistência das lembranças e das memórias vívidas. Mas há uma dificuldade que Peregrina não esperava: a antiga ocupante de seu corpo se recusa a desistir da posse de sua mente. Peregrina investiga os pensamentos de Melanie com o objetivo de descobrir o paradeiro dos remanescentes da resistência humana. Entretanto, Melanie ocupa a mente de sua invasora com visões do homem que ama: Jared, que continua a viver escondido. Incapaz de se separar dos desejos de seu corpo, Peregrina começa a se sentir intensamente atraída por alguém a quem foi submetida por uma espécie de exposição forçada. Quando os acontecimentos fazem de Melanie e Peregrina improváveis aliadas, elas partem em uma busca incerta e perigosa do homem que ambas amam." (retirada do Skoob)


O que dizer sobre esse livro que eu li apenas 76 páginas e já odiei pakas?
É meio estranho isso, eu nunca odiei tanto um livro em menos de 100 páginas (nem The Mark of Athena, por exemplo). Mas com esse foi uma espécie de ódio a primeira vista. Antes de ler eu perguntei pra várias pessoas que já leram o que elas acharam, e as opiniões eram divididas. Quem gostou amou e quem não gostou odiou, não tinha um meio termo. Aí eu peguei emprestado de uma amiga (que por sinal também não conseguiu ler o livro todo, parou na página 85) e comecei a ler. O início é muito legal. Verdade. A história em si é boa. O mundo meio que acabou e quem dominam são os alienígenas. Mas eles não são alienígenas normais, como desses filmes de ET que são grandes, magros, cabeçudos e verdes. Não estou reclamando que ela mudou os alienígenas como ela mudou os lobisomens e os vampiros em Crepúsculo. Essa foi uma mudança legal. Eu gostei de como ela os descreve. Não caiu no clichê que são aqueles aliens tradicionais.
Enfim, os aliens dominam o mundo e vivem dentro das pessoas, que são suas hospedeiras (daí o nome do livro). Eles são instalados nos corpos das pessoas, onde vivem a vida delas. Peregrina já passou por vários planetas e agora chegou na Terra. E ela usa o corpo de Melanie Stryder como hospedeira. Só que a Melanie não aceita que Peregrina tome seu corpo completamente. Ela resiste e "continua lá", digamos assim. Elas até chegam a discutir, o que eu achei uma coisa muito legal. 
A alien Peregrina precisa descobrir alguns segredos de sua hospedeira Melanie, pois ela era de uma espécie de grupo de resistência e a Buscadora queria saber onde eles estavam para poder capturá-los. E aí começa a palhaçada.
Melanie começa a bloquear sua mente para que Peregrina não consiga informações a partir de suas lembranças. Descobrimos que ela tem um irmão de uns 13 anos, praticamente uma criança. Ao invés de Melanie proteger o irmão escondendo lembranças sobre ele e sobre sua localização ela acaba deixando com que Peregrina saiba de tudo. A alien vai lá e avisa a Buscadora sobre o irmão dela. E também descobrimos que ela está protegendo o namorado, que está bem grandinho e que, digamos, consegue se virar sozinho. 
Não sei se por ciúme do namorado ou por simplesmente colocá-lo na frente de tudo como Bella fazia em Crepúsculo ela o protege mais que o próprio irmão! COMO ASSIM?
E as palhaçadas continuam. Depois de uns dois capítulos onde não acontece muita coisa, Peregrina decide falar com um Curandeiro (espécies de médicos que introduzem os alienígenas nos corpos hospedeiros) para decidir se "salta" para um outro corpo ou não, porque ela corre o risco de ser dominada e destruída por Melanie. E eu não cheguei a descobrir o que acontece. E sinceramente? Não estou nem aí. O livro me ganhou e me perdeu antes mesmo de eu chegar à página 100. 
O que me irritou profundamente foi a "Bellice" em Melanie. A garota é praticamente a Bella de Crepúsculo, só que não está apaixonada por nenhum vampiro e sim por um dos únicos humanos não ocupados por alienígenas que restam na Terra. Pra começar, em um dos flashbacks narrados pela Melanie (a maior parte do livro é narrada por Peregrina) ela está invadindo uma casa pra roubar comida para ela e seu irmão e se depara com Jared, o namorado que eu falei há pouco. Não é muito bem um namorado. Eu acho que é só um amigo colorido. Enfim, ela está lá roubando a casa e do nada Jared aparece. E o que ele faz? ELE A BEIJA! ELE A BEIJA! BEIJA! ELE A VIU HÁ 3 SEGUNDOS E A BEIJA!
Na primeira vez ela o chuta e escapa. Aí ele a persegue, a joga no chão, afirma que é um humano e o que mais? ELE A BEIJA DE NOVO! ELE A BEIJA! DE NOVO! E o que ela faz? ELA ACEITA! ELA GOSTA DO BEIJO! ELA QUERIA MAIS! ELA O CONHECE HÁ 3 MINUTOS, O BEIJOU DUAS VEZES E JÁ SE APAIXONOU PERDIDAMENTE!
Usei capslock pra poder expressar minha indignação. Stephenie Meyer crepusculizando os personagens... E OS ESTRAGANDO JÁ NAS PRIMEIRAS PÁGINAS!
E tem mais... enquanto Peregrina está dirigindo Melanie mostra a ela mais uma lembrança. Dessa vez eles estão em uma espécie de acampamento secreto, ela, o irmão e Jared. Pra começar, pra quem queria proteger os amigos mostrar exatamente a localização do refúgio deles é a coisa mais sensata a fazer. Olha Melanie, você está certíssima. Vamos bater palmas para você.
E foi essa cena do flashback que me fez desistir do livro todo. Eles estão sozinhos na cabana, barraca ou sei lá, porque o irmão dela está dormindo. Ela vai e se deita com ele no sofá, e começa a se insinuar pra ele. Sim, ela se insinua. Ela deita por cima dele e começa a falar umas coisas do tipo "você não deveria estar aqui sozinho blablabla você  isso blablabla você aquilo blablabla quero dividir a cama com você". 
Mais ou menos assim. Eu fiquei com uma vontade imensa de entrar no livro e dar uma chinelada na cara dela. Sério, eu fiquei com muita vontade. 

"Será que não sente o fogo entre o corpo dele e o meu? Isso tudo sou eu? Como tudo isso pode ser tudo eu? Parece que há um sol achatado e preso entre nós - espremido como uma flor entre as páginas de um livro grosso, queimando o papel. Será que ele sente alguma coisa diferente? Algo ruim?"

Melanie, toma vergonha na cara. Mais ou menos nesse momento eu comecei a odiá-la. E tem mais. 

'"Se eu tivesse de escolher alguém, qualquer um, para ficar perdida num planeta deserto, seria você,' sussurro. O sol entre nós ardeu mais quente. 'Sempre quero estar com você. E não só para... e não só para conversar. Quando você me toca...' Ouso deixar meus dedos roçarem lentamente a pele macia de seu braço e sinto chamas fluírem das suas pontas agora. Os braços dele se apertam à minha volta. Será que ele sente o fogo? 'Não quero que você pare.' Quero ser mais exata, mas não consigo encontrar as palavras. Tudo bem. Já fiz bobagem suficiente admitindo o que admiti. 'Se você não se sente do mesmo modo, eu compreendo. Vai ver não é o mesmo para você. Tudo bem.' Mentiras."

E quando pensei que não podia mais piorar me vem isso:

"Foi um milagre - mas que milagre- quando encontrei você, Melanie. Agorinha mesmo, se me dessem a escolha entre ter o mundo de volta e você, não seria capaz de abrir mão de você. De salvar cinco bilhões de vidas."

Aí eu pensei: "É o cúmulo do ridículo, como alguém pode gostar desse troço?" piora:

"'Mas?' Como pode haver um mas? O que poderá vir de todo esse fogo, que comece por mas?
 'Mas você só tem 17 anos, Melanie. Eu tenho 36.'
 'E o que isso tem a ver?'"

Desse momento eu não consegui prosseguir. Eu pulei pra próxima página só pra saber como o capítulo terminava e fechei o livro de vez, feliz por ter emprestado o livro e não comprado. Se eu tivesse gasto um real que seja pra comprar isso eu me mataria. Eu me sentiria culpado por toda a eternidade. Amanhã mesmo devolvo para a amiga e depois nunca mais A Hospedeira.
Juro que no início pensei que poderia esquecer que é da mesma autora de Crepúsculo e ler um bom livro em paz. Mas não dá pra pensar assim com todos esses personagens crepusculizados ao extremo. Há livros ruins que eu pelo menos chego ao final, como The Mark of Athena, que com raiva ou não eu continuei lendo. Mas com A Hospedeira não teve como. O filme me parece ser bom, mas depois de ler esse fiasco não tenho certeza se vai valer a pena gastar meu dinheiro em ingressos para sua adaptação.
De 0 a 10... 5, pra não dar um belo 0. 
Se você ainda quiser ler siga em frente, leia. Mas se você já não gostou de Crepúsculo e não tem a mentalidade de uma garotinha de 12 anos que não conhece o que é literatura de verdade melhor escolher outro. Quem avisa amigo é. 
Até o próximo post ;D

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Vamos falar sobre The Mark of Athena...












Oi, como você está se sentindo nesse momento?
Eu estou bem e vou abrir meu coração sobre o livro The Mark of Athena. Eu não vou fazer uma resenha normal como eu geralmente faço com livros porque não expressaria tudo o que eu realmente penso sobre ele.
O que eu tanto senti pelo livro? Ódio. Um ódio mortal. Vontade de jogar na parede. Verdade.
Por onde começar? Personagens? Enredo?
Vamos começar pelos personagens, vamos analisar cada um deles.
Piper. ALGUÉM POR FAVOR TACA FOGO NELA, TACA PEDRA NELA, JOGA ELA NO CHÃO E PULA EM CIMA! Ela é uma das personagens mais dispensáveis de todos os livros que eu já li na vida. Ela, digamos, não presta pra absolutamente nada. Em O Herói Perdido ela até que é legal porque descobrimos sua história, suas habilidades. Mas nesse terceiro livro ela não acrescenta nada de novo. Nadica de nada. Os capítulos narrados por ela se referem ao Jason aqui e ao Jason ali e ai meu Deus o Jason isso e o Jason aquilo. Só. A história não perderia nada sem ela. Pra falar a verdade até ganharia pontos porque teria menos enrolação.
O Jason é a mesma coisa. Não presta pra n-a-d-a. Ele faz meia dúzia de coisas durante a história mas nada que faça uma grande diferença.
Hazel. A Hazel até que é legal no início, mas depois do seu flashback com o Leo (pra mim a melhor parte do livro, depois falo mais sobre ela) ela simplesmente perde a serventia. Perde a graça. Ela só continua na história porque tem que buscar seu irmão Nico, que foi preso numa jarra e tem alguns dias de vida. Se ele não for resgatado dentro de tantos dias ele morre, mas nem preciso terminar de ler o livro pra saber que ele é resgatado no último minutinho. É previsível demais. Outro ponto negativo do qual vou falar melhor depois. 
Percy. Gente... eu fico com muita pena do Percy, sério, porque nem parece que ele foi mesmo o protagonista da série Percy Jackson e os Olimpianos, que é lerdo, engraçado, e ao mesmo tempo o salvador da pátria. Aqui ele é só o namorado da Annabeth. A cena de maior destaque dele que eu pude perceber lendo o livro é a parte em que ele é aprisionado com Frank em um aquário onde eles foram com o Treinador Hedge e foi algo completamente sem graça. Não teve emoção nenhuma. De início ficava no ar aquele dileminha de "Meu Deus vamos ficar aqui para sempre e nunca conseguiremos reencontrar nossos amigos e blablabla" forçado demais pelo Rick, como se ele quisesse deixar claro a cada parágrafo que eles ficariam presos lá eternamente só pra depois eles armarem um plano completamente sem graça e saírem de lá "heroicamente".
Treinador Hedge, ou Gleeson Hedge. Os chiliques dele no início são até engraçados mas depois de um tempo vão ficando repetitivos e sem graça como todo o resto do livro. 
Frank. Ah, o Frank é um dos personagens mais coitados do livro. Eu fico com pena dele porque o Rick praticamente acabou com o Frank legal de O Filho de Netuno. Aqui ele se transforma em algum animal de vez em quando e sua função principal passou a ser "aquele que tinha a Hazel desde o início mas que foi perdendo-a aos poucos com a chegada de Leo e que ainda por cima tem medo do Leo pois ele pode pegar fogo e queimar o toco que determina a sua vida." Fim. O Frank é isso. Nada mais.  
E por fim o Leo. O Leo é outro que só serviu para a cena do flashback com a Hazel no qual descobre o seu parentesco com Sammy, paixonite da garota antes de ela morrer e ser resgatada do Underworld (esqueci o nome em português, como assim?) e que é muito parecido com Leo. E o Leo também tem outra função: ocupar o espaço deixado pelo Grover. O Grover era um sátiro muito foda. Ele era engraçado na medida certa, era corajoso na medida certa. Ele era o Grover. O Leo é um Grover exagerado e sem a metade bode. Ele faz muitas piadas. No início elas são legais mas depois ficam sem graça.  
A Annabeth é a única personagem digna de boas críticas. Ela sim tem uma história concreta mesmo, algo que te faz querer ler o livro. Ela precisa seguir a marca de Atena e encontrar uma estátua gigante da mãe dela que foi perdida (como sumiu eu não entendi muito bem porque né, é uma estátua gigante). Ela  é a única que tem um propósito na história. Os outros personagens (inclusive o Percy) só foram enfiados de qualquer jeito no livro porque na profecia dizia que eles precisavam de 7 semideuses. É como acontece em Amanhecer, quando os Cullen têm que organizar um tipo de exército (piada né?) pra tentar convencer os Volturi de que a Renesmee não é uma vampira. Os personagens foram enfiados lá e único propósito deles era fazer volume. Muitos deles nem têm falas. No caso de The Mark of Athena os personagens têm falas, aparecem na história sim mas se fossem retirados dela não teria problema nenhum. 
Agora vamos falar sobre a história. Como eu disse a história principal é a da Annabeth e é boa. Mas o jeito que o Rick conta essa história é horrendo. Ele intercala momentos mais tensos com momentos mais calmos de uma maneira muito forçada. Era só eu começar a ler um capítulo mais calmo pra saber que no final desse capítulo algo muito louco aconteceria e toda a calmaria acabaria e eles voltariam a brigar e pular e explodir coisas. De novo. 
Tudo no livro é forçado. As piadas do Leo. A mudança de cenas calmas pra cenas mais tensas. O romance que o Rick tentou enfiar na história. Tudo.

Eu tenho a leve impressão de que tudo isso é culpa dos editores. Provavelmente eles exigiram que o livro tivesse quase 600 páginas e ele teve que colocar coisas e mais coisas de qualquer jeito só pra preencher esse espaço. Sério, é a única explicação.
Percy Jackson e os Olimpianos é uma saga maravilhosa. Verdade. É minha segunda saga favorita (depois de Harry Potter, lógico). Mas Os Heróis do Olimpo é horrível. Os dois primeiros livros até que são bons. O Herói Perdido introduz personagens novos, é gostoso conhece-los, embarcar em uma aventura com eles. O Filho de Netuno além de introduzir personagens novos nos apresenta o Acampamento Júpiter, que é muito foda! Aí vem The Mark of Athena e acaba com tudo.
Uma das coisas que mais me dão raiva são as falas dos vilões. Eles querem deixar claro o tempo inteiro que vão vencer e blablabla. E nunca vencem. Rick Riordan mais previsível e sem graça impossível. Vamos citar algumas das frases de efeito que mais me incomodam em todos os três livros da nova saga:
"- Tudo bem - disse Jason, mas sua expressão era dura. - Temos menos de 24 horas para resgatar uma deusa e o pai de Piper. Vamos encontrar o rei dos ventos." O Herói Perdido. Eu já li mas a verdade é que não precisamos nem terminar o livro pra saber que no fim eles conseguem tudo isso ninjamente  em 24 horas. Uma das coisas que me irritam no Rick é que ele quer a todo momento deixar claro que falta pouco tempo pra cumprirem a missão e blablabla pra no fim eles conseguirem de qualquer jeito.

"- Não sou um monstro menor - gritou Encélado. - Sou um gigante, nascido para matar deuses! Seu palito de dentes dourado não pode me matar, garoto."

"Jason tentou se levantar, mas suas pernas pareciam feitas de chumbo. Encélado piscou ao ver a destruição.
- Impressionante! Infelizmente, foi seu último truque, semideus."

"- É verdade, não é? Deuses e semideuses devem trabalhar juntos para matá-lo.
- Você não vai viver tempo o suficiente para tentar!"

"- Você não ganhou nada, menino. Meus irmãos estão se reerguendo, e são dez vezes mais fortes que eu. Vamos destruir os deuses e arrancar suas raízes. Você vai morrer, e o Olimpo vai evaporar com..."

Essas são algumas das frases de Encélado Lispector, ainda em O Herói Perdido. Elas são exageradas demais, chegam a ser ridículas. O gigante (que no final perde, ah que novidade) fica a toda hora lançando frases de efeito pra provar que vai se dar bem e no final ele se fode. É sempre a mesma coisa. QUANTA PREVISIBILIDADE! QUE COISA MAIS REPETITIVA! AAAAAAAAA!

"- Mas o Festival de Fortuna é... - Frank pensou um pouco. - Já passa da meia-noite. Isso significa que hoje é dia vinte e quatro de junho. O festival começa hoje depois do pôr do sol. Temos que chegar à Geleira Hubbard, vencer um gigante que é invencível no território dele e voltar para o Acampamento Júpiter antes que ele seja arrasado... tudo em menos de dezoito horas." O Filho de Netuno. Mais uma vez Rick Riordan esfregando na cara do leitor que falta pouco tempo para eles conseguirem completar a missão. E nem adianta falar que eles conseguem né?

"Meus amigos. Esperei por tanto tempo!"

"Ah, Hazel Levesque - disse ele -, você me custou caro! Se não fosse você, eu teria me erguido décadas atrás e este mundo já seria de Gaia. Mas não importa!"

Já essas são de Alcioneu Lispector. Ele tem mais pérolas, mais frases ridículas na qual assim como todos os outros gigantes idiotas tentam esfregar na cara que vão vencer e que no final perdem de qualquer jeito, mas confesso: me deu um pouco de preguiça de colocar todas.

"'I have seen you in my dreams. I had to make sure you were worthy, the only child of Athena clever enough to pass my tests and reach this place alive. Indeed, you are her most talented child. This will make your death so much more painful to my old enemy when you fail utterly.'" traduzindo pra vocês "'Eu te vi nos meus sonhos. Eu tinha que ter certeza que você era digna, a única filha de Atena esperta o suficiente pra passar pelos meus testes e alcançar este lugar viva. De fato, você é a filha mais talentosa. Isso vai fazer sua morte muito mais dolorosa para minha velha inimiga quando você falhar completamente."

"'I'm afraid you would have to defeat me first, my sweet,' Arachne said. 'And alas, that is impossible." traduzindo pra vocês "Receio que você vai ter que me me derrotar primeiro, docinho,' disse Arachne. 'E ai de mim, isso é impossível.'"

Já essas falas são de Arachne Lispector, de The Mark of Athena, essa belezura aqui:



Eu ainda não terminei de ler o livro mas convenhamos, nem preciso ler pra saber que no fim a Arachne vai perder de qualquer jeito e que também nos últimos instantes Nico vai ser salvo do cativeiro dele. Quem precisa de uma bola de cristal?
Pra finalizar, de 0 a 10 eu dou uma nota 7,00 pra The Mark of Athena... tá bom, 6,5.
Espero que tenham gostado do post (ou não, principalmente se você gostou do livro e se sentiu meio ofendido), até a próxima :D