segunda-feira, 27 de abril de 2015

Vamos falar sobre: Persuasão



Oi, como vai? 
Hoje estou aqui para falar sobre Persuasão, segundo livro de Jane Austen que li, porém o último concluído pela autora. 
Nesta primorosa obra, conhecemos a história de Anne Elliot, filha do vaidoso e superficial Sir. Walter, que gasta além do que pode para manter as aparências e, por conta disso, acaba perdendo as propriedades de sua família. Assim, ele, Anne e Elizabeth, sua outra filha (que puxou ao pai nas piores características), precisam se mudar e alugar sua antiga propriedade. 
Anne é uma garota que já fora muito bela, mas que, hoje, é desprovida de grande beleza pelo peso de uma grande tristeza, arrependimento e oportunidade perdida que teve quando era mais jovem. A protagonista desistira de se casar com o homem que amava, Frederick Wentworth, persuadida pelas pessoas ao seu redor, que não consideravam o casamento vantajoso.
O rapaz, que era marinheiro, após a desilusão que teve com a amada, acabou por voltar aos mares, enriquecer muito e tornar seu nome importante. Basicamente, tornou-se o partido almejado por todos aqueles que influenciaram Anne.
Agora, oito anos depois, Wentworth, parente dos novos proprietários da antiga casa dos Elliot, volta a viver nas redondezas e a participar do círculo de conhecidos de Anne. Acontece que a oportunidade que tiveram fora perdida, e parece ser tarde demais para que possam voltar a ter algo parecido do que o que tiveram e fora interrompido no passado.
Anne, agora mais madura e com uma personalidade mais forte e menos influenciável do que antes, vê suas chances diminuírem cada vez mais, inversamente proporcionais ao seu arrependimento, enquanto Wentworth se envolve com Louisa Musgrove, membro de uma família bem próxima, e um casamento é dado como certo.



A partir daqui, não darei mais detalhes deste livro que recomendo muito e que, inclusive, considero o melhor que já li da autora, colocando em segundo o queridinho dos leitores Orgulho e Preconceito. 
Com uma narrativa deliciosa, Austen consegue retratar toda a atmosfera pesada da história que criou, nos fazendo pensar sobre a influência que a opinião alheia tem em nossas vidas e em como o arrependimento de não tentar algo pode ser ainda maior do que o de tenta-lo. 
Entrando na cabeça de Anne e de outros personagens, Jane Austen nos brinda com personagens muito bem construídos e donos de uma profundidade ímpar, que se tornam o diferencial de seus livros. 
A ironia também está muito presente na obra, retratando os costumes e os perfis da sociedade da época, outra marca registrada da autora. 
Neste livro, diferentemente de Orgulho e Preconceito, ainda nos deparamos com algo próximo de um vilão, um personagem cuja identidade não revelarei para que não seja spoiler para ninguém. Este personagem, maquiavélico, realizou diversas barbaridades para alcançar seus perversos objetivos no passado, e pretende fazê-lo novamente, e não imaginei me deparar com algo tão sério assim em um livro da autora.
Embora saibamos que a principal história no romance é a de Wentworth e Anne, o foco não está somente nisso, o que faz com que o livro não seja cansativo e aborde temas que o tornam ainda mais completo.
Ler Persuasão só reforçou minha opinião de quão sensacional é Jane Austen, e não tardarei a ler mais um livro de sua autoria. Recomendo muito!

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D

domingo, 26 de abril de 2015

Filme da Semana: A Onda (Die Welle)



Oi, como vai?
Hoje estou aqui para falar sobre um filme especialíssimo e praticamente obrigatório para ser assistido, mas que não é muito conhecido aqui no Brasil. Trata-se do longa alemão A Onda, um dos melhores que vi no ano!
Die Welle (o nome em alemão) nos conta a história de Reiner Vengel, um professor de ensino médio que fica encarregado de dar a uma turma de ensino médio aulas extras sobre autocracia, que se trata do poder concentrado nas mãos apenas de um governante, ou de uma organização, etc. Para tornar a matéria mais interessante para os alunos, Vengel decide criar, de fato, uma autocracia na sala de aula. Nesse projeto, o grupo escolhe seu líder, seus uniformes, sua saudação especial, um símbolo e até um nome para o movimento, tornando-se um grupo como os nazistas, imagem da qual a Alemanha tem grande vergonha e até um certo medo de trazer à tona.
Acontece que o que era para ser apenas um projeto na sala se torna um verdadeiro movimento pela cidade. O símbolo é pichado pelos alunos em ambientes públicos, novos membros são recrutados e, o pior, aqueles que não fazem parte do movimento acabam sendo discriminados.
Movidos por esses novos ideais e pelo fato de se sentirem parte de um grupo, os adolescentes são levados a cometerem atos que não fazem parte de sua natureza, fugindo completamente do controle do professor.
Dessa forma, Vengel deverá tentar acabar com o projeto, antes que este vá ainda mais longe do que já foi e traga consequências até mesmo trágicas.



A premissa do filme já é incrível, e o desenvolvimento consegue fazer jus a isso e nos apresentar uma história completa e espetacular, que nos faz pensar muito e que não é esquecida com facilidade.
Gosto de filmes que não acabam quando terminam. Você sabe que assistiu a um longa realmente incrível quando o termina mas a história não consegue sair de sua cabeça. Com A Onda é exatamente assim.
Podemos acompanhar toda a transformação, e observar como os alunos se tornam, cheios de orgulho, algo que se assemelha ao que mais abominam e a mancha que querem esquecer em sua história. 
Com tudo isso, torna-se até repetitivo fazer elogios ao roteiro, e, embora as atuações não sejam o que nos chama a atenção para o filme, não deixam de ser boas. 
Com menos de duas horas de duração, é um tempo que certamente não será desperdiçado. Filmes, assim como livros e séries, podem ser divididos entre aqueles que agregam alguma coisa em nossas vidas, e aqueles que não agregam nada, passam batido. Nem preciso dizer em qual dos grupos Die Welle se encaixa, e recomendo muito! 

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Vamos falar sobre Os Vingadores: A Era de Ultron

- não contém spoilers - 

A espera acabou, amigos! Hoje, dia 23 de abril, estreia a tão esperada sequência, um dos filmes mais aguardados de 2015: A Era de Ultron!
A experiência com o filme já foi diferente pois fui um desses sortudos e loucos fãs que puderam ir à pré-estreia, que aconteceu ontem, às 23h00. Eu já adoro ir a estreias, e prés são ainda mais emocionantes. Contando com pessoas de cosplays muito criativos e fãs que não ligavam para o fato de a sessão terminar no meio da madrugada, a sala estava deliciosamente lotada e deu um gostinho a mais ao fato de ter visto o filme, que já adianto que é incrível.
Neste novo longa do grupo de heróis que se tornou uma das maiores bilheterias de todos os tempos, temos uma trama diferente e que, embora eu não consiga apontar qual dos filmes tenha sido melhor, considerei melhor construída por fugir da luta contra alienígenas do começo.
O longa já começa com cenas de muita ação, nas quais o grupo deve recuperar o cetro de Loki, que está em poder da antagônica organização Hydra. Com o cetro em mãos, Tony Stark, o Homem de Ferro, descobre que conseguirá finalmente desenvolver seu projeto Ultron, no qual criará um sistema de inteligência artificial que garantiria a proteção do mundo, funcionando em armaduras desenvolvidas por Stark como sentinelas. 
As intenções são boas, claro. Mas o resultado é catastrófico: Ultron, possuindo sua própria consciência, foge do que Tony planejara, e entende que a maneira de proteger o mundo é destruindo-o. Dessa forma, é dever dos Vingadores deter um vilão mais perigoso que qualquer um que já tenham enfrentado, e que promete, com seus aliados Feiticeira Escarlate e Mercúrio, levar o grupo à extinção. 
Enquanto tudo isso se desenvolve, temos também tramas paralelas, como a crise de Banner com seu alter ego, Hulk. Acompanhamos também sua relação com Natasha Romanoff, a Viúva Negra, e conhecemos um pouco mais sobre o passado da personagem. Tendo essa história como pano de fundo, acredito que um filme solo da heroína seja uma ideia bem bacana.



A Era de Ultron cumpre muito bem o que promete: com cenas de ação de arrepiar, muito bem coreografadas e desenvolvidas, consegue fazer suas duas horas e meia de duração passarem muito rápido.
Os efeitos são de encher os olhos, e há muito para se observar em cada cena, com muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Em cenas de batalhas envolvendo todo o grupo em um só quadro (ótimas, por sinal), é como se fosse necessário pausar para dar conta de observar tudo o que está acontecendo, cada movimento. 
Gosto bastante deste elenco, e adorei a escolha de James Spader (um dos atores que mais admiro pelo trabalho incrível na série The Blacklist) para Ultron. Com sua voz calma, hipnotizante, quase irônica em diversos momentos, deu um toque único para o vilão, que certamente não será esquecido tão fácil. Por isso, não pense duas vezes antes de escolher uma sessão legendada para ir. Não faço ideia de como se saiu a dublagem, mas certamente não terá o mesmo efeito. Também gostei bastante da participação dos gêmeos Mercúrio e Feiticeira Escarlate, que se tornam personagens muito importantes e que certamente serão mais aproveitados pelo universo cinemático da Marvel futuramente. 
Com um 3D muito bem aproveitado e um roteiro que, mesmo se tratando de um filme de heróis e, sendo assim, indigno de altas expectativas, consegue agradar bastante. O filme mescla muito bem as cenas de ação com humor e ironia, e acredito que este seja um grande diferencial do grupo de heróis, algo que contribuiu para torna-los tão queridos como são hoje.
É, em resumo, um filme grandioso, e vale muito a pena ver. Não preciso de clarevidência para prever que se tornará mais um enorme sucesso de bilheterias, e a contagem regressiva para Guerra Civil, próximo lançamento da Marvel envolvendo os heróis, já começa!

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D

domingo, 19 de abril de 2015

Filme da Semana: Antes de Dormir



Oi, como vai?
Vocês já devem estar acostumados a ler apenas críticas positivas sobre os filmes que falo aqui na minha coluna dominical, e eu adoro indicar longas que amei e fazer com que vocês queiram assistir também. Acontece que nem tudo na vida são flores e, em meio tantos filmes bons que coloquei em minha lista para 2015 que já falei e que ainda virei a falar, surgirão alguns mais ou menos, e outros péssimos. Este é o caso de Antes de Dormir, sobre o qual falarei hoje.
O longa, de suspense, conta a história de Christine (interpretada por Nicole Kidman), que sofreu um acidente e por isso sua memória não retém mais os acontecimentos, se apagando sempre que dorme. Todas as manhãs, Christine acorda ao lado de um homem que não conhece, em uma casa que não sabe de quem é, para logo descobrir que se tratam de seu marido e sua própria casa. Ben (interpretado por Colin Firth), seu marido, a "introduz" de volta em sua vida, lhe explicando o que aconteceu: eu sou seu marido, somos casados há tantos anos, você sofreu um acidente, etc, etc.
Sempre que Ben sai para trabalhar, Christine recebe uma ligação de seu psiquiatra, Dr. Nash, que a instrui a encontrar uma câmera, onde grava todos os dias, antes de dormir, suas lembranças sobre o dia, para que possa relembra-las no dia seguinte. 
Tudo segue em paz até que descobrimos que a protagonista não sofreu um acidente qualquer: ela foi encontrada nua e coberta de sangue no estacionamento de um aeroporto, depois de ter sofrido um forte trauma na cabeça e ter sido deixada para morrer. Assim, sem se lembrar de nada, sendo ajudada por um psiquiatra em quem não conseguimos confiar inteiramente e um marido completamente suspeito, precisa descobrir quem realizou o ataque contra ela e o que realmente aconteceu naquela noite. 



É uma premissa muito legal, não é? Sim, é. Mas o uso que fizeram dela é ridículo. 
Acho muito interessantes histórias em que começamos no presente e tentamos descobrir o passado, enquanto acompanhamos os acontecimentos e descobrimos fato a fato do ponto de vista de um protagonista que não consegue se lembrar do que aconteceu (como é o caso do incrível livro Mentirosos). Isso foi o que me atraiu para o filme, que me pareceu muito interessante e conquistou minha atenção quase que instantaneamente.
O mais surpreendente é o quão medianas, beirando o ruim, são as atuações, mesmo com grandes atores no elenco. Colin Firth, vencedor do Oscar de melhor ator em O Discurso do Rei, e Nicole Kidman, de quem sempre ouvi elogios e esperei muito mais em um papel "complexo" como este. Não sei se é o roteiro que não ajuda ou os atores que simplesmente não sentiram vontade de atuar, mas sei que o resultado foi o pior possível, tornando os personagens rasos e chegando a incomodar (depois de ver muitos filmes seguidos com atuações estupendas, é triste me deparar com um longa cheio de atuações... assim). 
Sobre o roteiro, não tenho elogios a acrescentar: é pobre, raso, malfeito e cheio de inconsistências. Muitos atos são desnecessários e inconsistentes, e me pergunto até agora qual foi a intenção do roteirista ao coloca-los. Em certa cena, por exemplo, certo personagem (não contarei, porque vai que alguém tenha coragem para assistir) leva Christine ao local onde seu "acidente" aconteceu para convencê-la de algo, e me pergunto: por que cargas d'água se esse personagem quer convencê-la a gostar dele, a leva no pior lugar possível, onde já fez todas aquelas atrocidades com ela? E piora: sempre que este personagem pergunta algo a ela e ela responde, ele a bate! Sem mais nem menos! Simplesmente a agride. Lembrando que, teoricamente, isso era para fazer com que ela gostasse dele. Como ele pensou que conseguiria algo dessa forma? Tão malfeito que chega a ser paradoxal.
Sempre que um filme é ruim mas decidimos continuar, é porque esperamos algo de bom do desfecho. Realmente tive esperanças. Mas o desfecho só me ajudou a concluir que o filme foi um desastre total. Pobre, é incrivelmente malfeito como todo o resto e, quando tudo se conclui, apenas encarei a tela e pensei "mas já?". 
O longa chega a garantir uma surpresa ou outra com o passar do tempo, revelando novas informações e trazendo loucas reviravoltas. Mas isso não é o suficiente para consertar a grande tragédia que foi, e não consegue tirar o gosto de filme de Tela Quente que o filme traz tão forte. 
Temos exemplos de filmes que, mesmo que sejam ruins, servem como um bom entretenimento, ignorando-se qualquer aspecto técnico (e, muitas vezes, o bom gosto). Mas Antes de Dormir não consegue nem isso, sendo quase um insulto ao espectador, ignorando-se o bom gosto e o bom senso ou não.
Depois de muitos domingos falando sobre filmes maravilhosos, venho de modo a fazer uma indicação de filme que não deve ser visto. Afinal de contas, a premissa interessante pode pegar desavisados como eu era, e minha função é salvar-vos de uma hora e meia perdidas.

Espero que tenham gostado, até a próxima (com um filme bom, prometo) ;D

sábado, 18 de abril de 2015

Playlist: músicas para melhorar o humor



Sabe quando você acorda, todos os dias, e mal amanheceu, e você tem que se trocar e ir para a escola? Ou quando você teve que ficar estudando por muito tempo para a prova de uma matéria que você não está entendendo? Essa e muitas outras são situações que deixam com um humor péssimo.
Quando estou nesses momentos, sempre encontro alguma música que melhora muito o meu humor, e, ao terminar de ouvir algumas delas, é como se o motivo que me deixou naquele estado nem existisse mais.
Pensando nisso, resolvi fazer este post, montando uma playlist com as músicas que me deixam com um humor lindo novamente e que sei que serão de bastante ajuda para vocês. São músicas muito boas e muito gostosas de algumas das minhas bandas favoritas, que não posso deixar de compartilhar. Algumas vocês já conhecem. Outras são daquelas minhas bandas que ninguém mais conhece, e, por isso, tenho gosto em apresentar (e, se você já conhece, venha aqui e me dê um abraço).
Vamos lá?

1. The Captain - Biffy Clyro



2. Guns For Hands - Twenty One Pilots



3. Take a Walk - Passion Pit



4. Ocean - Coasts



5. I Bet My Life - Imagine Dragons



6. The Nights - Avicii



7. Let Me In - Grouplove



8. Miracle Mile - Cold War Kids



9. We are Young - Fun. ft. Janelle Monáe



10. Taken By Sleep - Tyler Joseph



Esta música é um caso a parte, porque é muito triste, mas que, paradoxalmente, me deixa em um ótimo humor e adoro cantar junto.

Bem, esta são dez músicas que, sempre que ouço, o mundo fica mais belo. Temos músicas agitadas, músicas mais lentas, algumas antigas mas que até hoje não perderam seu efeito (e que nunca perderão, como é o caso de We Are Young). E vocês, que músicas ajudam a alegrar o seu dia?

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Então eu assisti... Cinquenta Tons de Cinza


- contém spoilers -

Pois é, caros amigos, assisti ao filme Cinquenta Tons de Cinza, e já adianto que foi uma experiência surpreendente.
Desde que os livros se tornaram um fenômeno mundial, tive a curiosidade de ler. A literatura erótica sempre fora meio rejeitada: os livros eram invisíveis nas prateleiras das livrarias e acredito que muitas mulheres tinham vergonha de serem vistas comprando (caso se interessassem por ler livros assim). Já aí, a curiosidade mórbida me foi instigada: o que esse livro tem que os outros não têm? Por que todos comentam abertamente sobre o senhor Grey e suas peripécias, mas não se sentiam tão confortáveis para comentar antes? 
Baixei o ebook do livro e não consegui prosseguir: muito mal escrito e com uma protagonista irritante, não aguentei ler muitas páginas e logo abandonei-o, concordando com todas as críticas feitas a ele. Eu sei, os livros eróticos são destinados  a mulheres (ao menos a maioria), mas creio que o bom-senso esteja presente em ambos os sexos (ou devia estar) e não consegui entender como a história se tornou tudo aquilo. 
Quando surgiram as primeiras notícias sobre a adaptação, de certa forma acompanhei, pois estava novamente curioso, dessa vez para saber que atores seriam os desvairados (e um pouco mercenários, talvez?) de encararem o projeto. Eis que surgiram os nomes Jamie Dornan (que fazia um papel completamente oposto em Once Upon a Time) e Dakota Johnson. 
No mês retrasado, o filme estreou, e as críticas por parte das fãs do livro foram incrivelmente negativas: elas, que esperavam uma adaptação aos ares de Ninfomaníaca (um filme muito bom sobre o qual falarei em um dos próximos Filmes da Semana), receberam um filme com muito romance e poucas cenas de (perdoem-me o uso do termo) putaria forte. 
Com tantos comentários acerca de uma história assim, mesmo que você seja um ser humano dotado de bom gosto e até uma certa erudição, não importa o sexo, fica difícil não ter a curiosidade desperta, e não há como resistir. Portanto, lá fui eu baixar o filme (já em qualidade HD, mas com uma legenda em chinês que rapidamente aprendi a ignorar), e sinto que consigo entender um pouco de todo o hype acerca da "história de amor e sado" entre Grey e Steele.



Grey é um empresário jovem, influente e muito rico, porém dono de um passado perturbador, que é entrevistado por Anastasia quando ela vai substituir sua amiga, a verdadeira estudante de jornalismo. Em uma das cenas mais ridículas que já presenciei, Ana cai (de quatro) na porta da sala de Christian, e desde então já percebi que não deveria levar o filme muito a sério.
Com o tempo, a história dos dois se desenvolve, mas esse desenvolvimento acontece de uma maneira um tanto controversa, pela qual não culpo os envolvidos com o filme em si, mas a autora e o forte cheiro de Crepúsculo do qual a história é impregnada. Christian decide que não pode mais viver com Anastasia por ela se declarar uma garota romântica. A manda para casa, dizendo que eles não devem ficar juntos, e é só a mulher chegar em casa que recebe presentes do empresário. 
A história dos dois se desenrola de maneira um tanto estranha, sem a química que esperamos encontrar entre os protagonistas de filmes românticos, com o homem rico se mostrando atencioso, cuidadoso e enchendo a moça de presentes caríssimos. Basicamente, o homem dos sonhos de muitas por aí. Até que ele revela seus gostos um pouco peculiares: é adepto do sadomasoquismo, um dominador que possui em sua casa um quarto destinado somente aos "jogos" que gosta de praticar. 
Chega a ser interessante a cena em que os dois discutem os termos de um contrato que Grey faz acerca das práticas que os dois terão, no qual ela concordaria tanto com a parte "divertida" quanto com coisas um tanto humilhantes e que não parecem ser tão prazerosas assim.
Anastasia, como não podia deixar de ser, acaba concordando com os termos de Grey (e somos obrigados a ouvir o clássico "I don't make love, I fuck hard"), e conhecemos um pouco mais sobre o playground do rapaz e as relações que eles têm lá dentro.



Para quem já viu Ninfomaníaca, o filme mais explícito que você pode imaginar, é um tanto engraçado ver as cenas amenizadas deste, justo o contrário do que todos esperavam. 
Acontece que, junto com essa parte que eu disse ser a "divertida", podemos perceber como Christian leva seus termos ao pé da letra, chegando a ser doentio: Ana não pode tocar nele a não ser que ele autorize (quando ele vai beija-la, sempre coloca os braços dela para trás, e isso já diz bastante sobre sua personalidade), faz com que ela espere de joelhos, como uma escrava, na porta do quarto vermelho, e ainda (o mais absurdo) quer puni-la fisicamente por atos que toma. E essa punição quer dizer palmadas fortes e cintadas, o extremo da humilhação.
E foi justamente isso que salvou o filme e me surpreendeu, me mostrando que não é tão ruim quanto eu pensava (mas isso não quer dizer que seja bom). Tudo o que eu conseguia pensar ao longo do filme era em como seria interessante um momento em que Christian abusasse de tudo aquilo, despirocasse (termo que não tem nada a ver com a palavra "piroca", deixando claro) e fizesse algo de que Ana realmente não gostasse. Dito e feito.
Na que, para mim, foi a melhor cena do filme, Grey dá fortes cintadas em Ana como punição, e ela toma as rédeas da sua vida, deixando de ser simplesmente a submissa que concordara em ser, e toma uma atitude. Eu sei, isso tudo será estragado no segundo filme, mas não importa. Como conclusão para este, mesmo que seja aquele clássico cliffhanger para te manter esperando pelo próximo capítulo, acredito que não poderia ter terminado de maneira melhor.
Mesmo que não seja um bom filme em questão de conteúdo, com diálogos um tanto imbecis e com um ar de fanfic de Crepúsculo que sempre se faz presente, e um romance que também não se mostra dos melhores, é um filme muito interessante de se acompanhar.
As brechas abertas para reflexão não foram implantadas estrategicamente pela autora, como Machado fez em Dom Casmurro, mas são resultado de uma péssima escrita que se refletiu no filme. De qualquer forma, essas brechas para reflexão existem, e não há como simplesmente assistir como um filme qualquer sem se pegar tentando entender a cabeça de Christian e de Ana.
Também é muito interessante para se entender todo o hype, a expectativa que foi criada em torno dessa história. É até "entendível" o modo como a história sobre um homem que praticamente utiliza a garota como escrava sexual, agredindo-a e expondo-a ao ridículo em certos momentos, consiga ser tão gostada e o lugar de Steele seja tão desejado em tempos de manifestações de feminismo e de um sentimento de que a mulher não precisa se submeter a homem nenhum. 
Assim como Crepúsculo atingiu adolescentes sonhadoras com um príncipe, Cinquenta Tons atingiu até mesmo as mais mulheres mais independentes que sonham com um homem teoricamente atencioso e cuidadoso que as encham de presentes e ainda seja "bom de cama". Esse tipo de livro mexe com um lado um tanto primitivo da mulher, que pode até ser renegado, mas não deixa de estar presente em boa parte delas. 
Há muito sobre o que pensar quando se trata de Cinquenta Tons de Cinza, desde que você não veja o filme pensando só em como serão representadas as cenas de sexo. Desta forma, as duas horas de duração simplesmente não são horas perdidas, e recomendo!

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D

quarta-feira, 15 de abril de 2015

TAG: Baralho de Cartas

Oi, como vai?
Hoje estou aqui, matando as saudades das tags, para responder uma que me foi passada pela Jéssica do Fofocas Literárias. A tag é muito bem elaborada e diferente das que eu estava habituado a responder e, mesmo não manjando nada de baralhos (a não ser de Uno), fiquei bastante curioso para faze-la! Vamos lá?

Ás de ouros - Ter muitos livros pode ser considerado uma herança. A quem deixaria seus livros em um testamento?
Como não pretendo morrer antes de chegar a uma idade bem avançada em uma cama quentinha (se os médicos não inventarem um elixir da vida antes), deixarei a vasta biblioteca que acumularei até lá para os meus filhos, porque a genética funcionará e eles obviamente vão desenvolver gosto pela literatura também.

Sete de paus - Depois do trabalho árduo, a recompensa. Aquele livro com uma escrita difícil, mas super endoidecedora.
O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien. Não é uma escrita exatamente difícil, mas é um tanto cansativa, com muitas explicações sobre muitas coisas que acabam atrapalhando o ritmo da leitura e dando sono em alguns momentos. Mas, com um pouco de paciência, tudo vale a pena e a recompensa é muito boa: é um livro incrível, sobre o qual falarei logo logo!

Valete de espadas - De batalhas é feita a história. Escolha uma passagem descritiva de uma batalha que tenha gostado de ler.
Eu adoro ler cenas de guerras e me sentir imerso nas batalhas, e os livros que mais conseguem me deixar dessa maneira são, sem dúvida, os de George R. R. Martin. Uma das passagens de batalhas de que mais gosto não só da série, mas de todos os livros que já li, é a batalha em Porto Real entre as tropas dos Lannister e Stannis Baratheon, no final de Fúria dos Reis. Confira um dos trechos, no qual Tyrion Lannister decide liderar a surtida contra o exército rival, que tenta invadir a cidade.

"A distância Tyrion ouviu outro grande estrondo. Por sobre as muralhas, o céu que escurecia estava inundado de camadas de luz laranja e verde. Quanto tempo o portão aguentaria?
Isso é uma loucura, pensou, mas, mais vale a loucura do que a derrota. A derrota é morte e vergonha. 
- Muito bem, eu liderarei a surtida.
(...)
- Você?
Tyrion via a incredulidade nos rostos deles.
- Eu. Sor Mandon levará o estandarte do rei. Pod, o meu elmo - o rapaz obedeceu correndo. (...)
Seu grande garanhão vermelho usava focinheira e testeira. Seda carmesim envolvia seus quartos traseiros, por cima da cota de malha. A sela elevada era dourada. Podrick Payne entregou-lhe o elmo e o escudo, feito de pesado carvalho enfeitado com uma mão dourada sobre fundo vermelho, rodeada por pequenos leões dourados. Levou o cavalo a descrever um círculo, observando a pequena força de homens. Só um punhado tinha respondido à sua ordem, não mais de vinte. Montavam seus cavalos com olhos tão brancos como o do Cão de Caça. Olhou com desprezo para os outros, os cavaleiros e mercenários que tinham acompanhado Clegane.
- Dizem que sou meio homem - Tyrion disse. - O que isso faz de vocês?
Aquilo os envergonhou bastante. Um cavaleiro montou, sem elmo, e veio juntar-se aos outros. Seguiu-se um par de mercenários. Depois mais homens. O Portão do Rei voltou a estremecer. Poucos momentos depois, o tamanho da força de Tyrion havia duplicado. Tinha encurralado os homens. Se eu lutar, terão de fazer o mesmo, senão são menos que anões. 
- Não me ouvirão gritar o nome de Joffrey - disse-lhes. - Tampouco me ouvirão gritar por Rochedo Casterly. É a sua cidade que Stannis pretende saquear, e aquele portão que tenta derrubar é o seu. Portanto, venham comigo e matem o filho da puta! - Tyrion desembainhou o machado, fez o garanhão rodar, e trotou na direção da porta de surtida. Achava que o seguiam, mas não se atreveu a olhar."

Rainha de copas - Figura forte e cheia de poder. Revele-nos um livro escrito por uma mulher de que tenha gostado muito. 
Isso é fácil, afinal muitos (talvez a maioria, mas nunca parei para contar) dos livros que leio são escritos por mulheres e são espetaculares. Estou lendo atualmente Persuasão, de Jane Austen, e estou amando, mas, para essa resposta, escolho E Não Sobrou Nenhum, de Agatha Christie, obra que não tenho palavras para descrever quão boa é. 

Coringa - Num jogo, sempre que o coringa aparece o valor das cartas se altera. Qual foi o autor que entrou na sua vida e mudou muita coisa?
Como disse a Jéssica, não citarei JK Rowling porque seria uma resposta muito óbvia. Mas, para quem lê meu blog, não há como fugir da resposta óbvia, e escolho George R. R. Martin. Se JK me deu gosto por livros cada vez maiores, George serviu como um divisor de águas em minhas leituras: passei a esperar mais, não me contentar com pouco em livros, buscar escritas cada vez mais elaboradas e histórias mais profundas, o que me fez repensar os conceitos sobre muitos livros que antes eu considerava muito bons. Martin, digamos, refinou meus gostos literários, e sou eternamente grato por isso.

Essas foram as minhas respostas para a Tag Baralho de Cartas! Deixei uma pergunta de fora por absolutamente não ter o que responder, e por isso preferi não inclui-la a responder qualquer coisa sem sentido só para estar com a tag completa. Repasso esta tag aos blogs Eu + Livros, Poréns & ETCs, Na Próxima Página e Veias Literárias. 

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D

domingo, 12 de abril de 2015

Game of Thrones: The Wars to Come


- não contém spoilers do episódio - 

Oi, como vai?
Hoje estou aqui, neste lindo domingo de estreia da nova temporada de Game of Thrones, para falar sobre The Wars to Come, o primeiro episódio! Espero tornar isso uma nova coluna no blog, no qual farei uma crítica para cada episódio de GoT. Esses posts sairão toda segunda ou terça, mas este é uma ocasião especial, e por isso o Filme da Semana ficará de lado mais uma vez. 
A estreia mundial só ocorrerá às 22:00, pela HBO, mas, como a internet é uma coisa maravilhosa, os quatro primeiros episódios da quinta temporada vazaram, e pude baixar e assistir! Só não assisto aos outros de uma vez porque senão terei que ficar praticamente um mês sem a série novamente, mas não pude deixar de conferir o primeiro, que está incrível!
A temporada começa com um flashback de Cersei, que nos mostra a visita que faz a uma bruxa, no meio da floresta, para descobrir seu futuro. Acontece que o futuro que recebe não é exatamente o que esperava, e podemos entender melhor a grande preocupação que agora ela tem com Tommen.
Neste episódio, descobrimos onde foi parar Tyrion, e a participação importante que terá em uma conspiração para definir quem se sentará no Trono de Ferro.
Vemos Daenerys enfrentando novos desafios como rainha em Meereen, onde uma sociedade de assassinos ataca os escravos que ela libertou.
Acompanhamos, também, a quantas anda Sansa Stark, que se tornou Alayne Stone no final da quarta temporada e agora vive sob esta identidade, enquanto também se vê envolvida em conspirações. Sansa é, ao menos para mim, a personagem que mais reserva surpresas nesta temporada, porque a maneira como terminou na season anterior é também a maneira como termina nos livros, e tudo o que virá de agora em diante será uma completa novidade.



Os momentos de maior tensão do episódio ficam por conta de algo que acontece na Muralha, e que, assim como tudo nesta season première, desencadearão muitos acontecimentos no futuro.
Até mesmo as cenas mais simples e paradas são importantes, e são partes chave que demonstram as intenções dos personagens, os planos que guardam, suas preocupações e o que influenciará em decisões que tomarão futuramente. O nome, The Wars to Come, se encaixa perfeitamente ao episódio.
Eu já sentia falta desse ótimo e inteligente roteiro, dessas atuações perfeitas e dessas cenas carregadas de tensão, como é o caso de certas cenas sobre as quais não falarei para não estragar o clima.
Já percebemos aqui a maneira como os dois últimos livros publicados de As Crônicas de Gelo e Fogo, Festim dos Corvos e Dança dos Dragões, serão misturados. Tivemos acontecimentos do quarto e do quinto livros, que se passam simultaneamente, e tudo se tornará uma grande bagunça organizada daqui para a frente.
Senti falta de Arya nesta season première, mas ela provavelmente aparecerá no próximo, juntamente com personagens importantes de Dorne, das Ilhas de Ferro e muito mais.
Mesmo com comentários de que foi "parado", achei The Wars to Come incrível, que cumpre muito bem o papel de primeiro episódio ao "preparar o terreno" para o que há de vir nesta temporada, que tem de tudo para ser a melhor.

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D

domingo, 5 de abril de 2015

Filme da semana: Capitão América: o Primeiro Vingador


Oi, como vai? 
Hoje estou aqui, no primeiro domingo de abril (mês de estreia de The Avengers: Age of Ultron!), para falar sobre um filme que superou minhas expectativas e do qual gostei bastante, tanto do longa quanto do herói: Capitão América. Desde que foi lançado, nunca me interessei muito, porque, sinceramente, não via graça alguma em Steve Rogers. Gostei bastante dele em Os Vingadores, mas nunca me senti inclinado a ver seu filme solo. Até que o descobri na Netflix, e descobrir algum filme na Netflix significa passa-lo na frente de muitos outros na lista. Embarcando na surpresa que tive com Steve Rogers, coloquei até Thor na lista, outro herói no qual não via a menor graça mas que decidi dar uma chance.
Steve era um homem magricela, que tinha o sonho de entrar no exército para lutar contra os nazistas e ajudar a vencer a guerra. Porém, justamente pelo fato de ser magricela, era recusado em todos os pontos em que se alistava, até que seu jeito atraiu a atenção de um cientista que, junto ao pai de Tony Stark (sim, temos muitas conexões com todo o universo Marvel), realiza um projeto para criar um soldado perfeito, com habilidades além de qualquer humano, para coloca-lo na guerra. Mas, ao contrário do que ele esperava, passam a usa-lo como uma alegoria, uma personagem que servirá para dar esperanças à população americana. Assim, tornam-se necessárias medidas um tanto "desesperadas" e improvisadas para que prove seu valor em campo de batalha e realmente se torne um herói.
Do outro lado, temos a Hydra, organização que desenvolve projetos científicos voltados para o mal que era financiada por Hitler. Até que o líder, Caveira Vermelha, resolve estender seus comandos e passar a usar sua tecnologia muito além de seu tempo para mudar os ares da guerra e, quem sabe, dominar o mundo.


Ao terminar o filme, a sensação que me deixou é a de "como eu não assisti antes?". Com atuações boas e personagens carismáticos (principalmente Peggy Carter, a agente que ajuda Steve desde quando ele ainda era um magricela e por quem desenvolve alguns sentimentos a mais), o filme consegue cumprir o que promete e apresentar muito bem o primeiro vingador. Os efeitos especiais não são dos melhores, mas são satisfatórios, e não fazem do filme uma má experiência. As conexões com o universo Marvel são muito grandes, provando cada vez mais que ela é uma máfia e que deixar de ver um filme (pelo menos dos mais recentes) pode significar deixar de ter uma história completa.
Não é um filme de todo previsível, pois vai um pouco além do clássico "preciso derrotar o vilão que quer dominar o mundo", e vale a pena ser visto, principalmente se você gosta do universo Marvel ou apenas busca entretenimento.
Mal posso esperar para assistir ao segundo filme, O Soldado Invernal, e espero que supere as expectativas altas que já estou criando com base no final deste primeiro filme.

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D

sábado, 4 de abril de 2015

Resultado do sorteio de O Limiar!


Oi, como vai?
Hoje venho aqui apresentar, finalmente, o vencedor do primeiro sorteio que realizei aqui em meu blog!
No dia 22 de março, lancei o sorteio do livro que recebi da editora Gutenberg: O Limiar, de David Baldacci. Eis que, hoje, finalmente temos o vencedor, ou melhor, a vencedora: Ludmila Cabral!

A única regra do sorteio era bem básica: comentar cinco posts aqui no blog, só deixando o email no final para identificação. Ludmila comentou cinco posts e foi escolhida aleatoriamente pelo Raffflecopter, site especializado na realização de sorteios online. 
Entrarei em contato com ela pelo email, e ela terá até segunda-feira para fornecer as informações. Ainda nesta semana o livro será enviado. 
Parabéns à vencedora! 

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D