quarta-feira, 2 de abril de 2014

Vamos falar sobre: Dança dos Dragões



- contém (pequenos) spoilers - 
Oi, como vai?
Hoje estou aqui para falar sobre o último (e chocante) livro publicado da série As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin. Já começo dizendo que sofri (não no sentido literal, mas daquele jeito que ficamos quando terminamos um livro com final misterioso e não temos ideia de quando o mistério será solucionado). 
Esse livro gigantesco, ao contrário do quarto livro da série, foca mais nos personagens do Norte (como aquele-que-não-sabe-nada Jon Snow) e do outro lado do Mar Estreito, onde as histórias mais interessantes e as reviravoltas mais sensacionais acontecem.
Tyrion Lannister, que no final do terceiro livro foge da prisão, mata Tywin na latrina e Shae na cama do pai, é colocado em uma embarcação e enviado até o outro lado do Mar Estreito, até Pentos (onde Daenerys se encontra com Khal Drogo em Guerra dos Tronos). Vamos descobrindo uma espécie de conspiração envolvendo o magíster Illyrio, Varys e muitos outros para trazer a família Targaryen de volta ao poder. Tyrion será enviado até Daenerys, que reina na cidade de Meereen mas, como se trata de As Crônicas de Gelo e Fogo, é claro que o trajeto não seria tão fácil e tudo não acabaria bem. É também no caminho até Meereen que descobrimos que Daenerys não é a última Targaryen, como até então acreditávamos. 
Victarion Greyjoy, capitão das Frotas de Ferro, se põe no mar e vai até Meereen, onde acredita que encontrará Daenerys e fará dela sua esposa. 
Quentyn Martell, personagem que nos livros anteriores mal é mencionado, neste quinto volume embarca em direção a Meereen, onde pretende honrar um contrato de casamento que sua família fez com os Targaryen há muitos anos e se tornar o marido de Dany.
Como podemos perceber até então, grande parte do livro está relacionada a Daenerys. Desde o primeiro livro ela foi uma das personagens mais importantes (senão a mais importante, ao menos para mim), mas nesse livro atinge seu auge. Rainha da cidade de Meereen e com um grande exército, além de seus três dragões, cada vez maiores, ela atrai os olhos de muitos. Todos planejam encontra-la, toma-la para si ou ajuda-la a conquistar Westeros. 
A garota se sente a mãe ("Mhysa") dos habitantes, por isso não consegue simplesmente abandonar seus novos domínios e marchar para Westeros, onde revindicará o Trono de Ferro. Dany, cercada de poucos amigos e diversos inimigos e no meio de muitas intrigas, vê sua população ser ameaçada pela onda crescente de violência na cidade, causada pelos misteriosos Filhos da Harpia. Para parar os criminosos e conseguir a proteção de seus "filhos" de volta, ela concorda em se casar com o nobre Hizdahr zo Loraq, mesmo apaixonada pelo mercenário Daario Naharis. Seus dragões estão cada vez maiores e mais perigosos, e rendem algumas das melhores partes do livro. 
No Norte temos Jon Snow, o novo Senhor Comandante da Patrulha da Noite, que está afundando em cada vez mais problemas. Também cercado de muitas intrigas, se envolve com Melissandre (não no sentido carnal da coisa, mas acaba aceitando aquilo que a mulher vê em suas chamas e acaba no meio de planos arquitetados por ela). Mesmo todos os personagens ao redor xingando Melissandre, ela é uma das personagens mais interessantes, e um tanto incompreendida.
Em determinada parte, Dança dos Dragões alcança o momento em que Festim dos Corvos termina (para quem não sabe, o quarto e o quinto volumes se passam simultaneamente) e alguns personagens do livro anterior dão as caras, como Cersei Lannister. Se você achou que a personagem já tinha tido cenas grandiosas o suficiente, é porque ainda não leu esse livro. Em um dos melhores capítulos do livro e o melhor capítulo de Cersei até então, a personagem paga por seus pecados de uma maneira... peculiar, digamos, mas não menos sensacional.



O confronto entre religiões vem sendo cada vez mais marcante nos livros da série. Os deuses do norte, Os Sete, o deus vermelho R'llor, entre outros. Tudo isso faz com que o livro (como não poderia deixar de ser, se tratando de George R. R. Martin) seja completo. Mesmo que o excesso de detalhes acabe sendo cansativo em alguns momentos e tamanha descrição acabe "travando" um pouco a leitura, nada é simplesmente porque é. Tudo tem um motivo, tudo tem uma explicação, e se ainda não teve é porque algo surpreendente está por vir. Mesmo sendo um livro de fantasia, é mais real que muitos, pois constrói uma sociedade completa, vista de muitos ângulos, e completamente verossímil. 
Mais uma vez Martin prova sua habilidade em ser imprevisível. Se você pensa que acabará de uma maneira, a única certeza que você pode ter é que não acabará assim, mas sim de um jeito bem melhor. Muitas das vezes, durante a leitura, eu parava e me lembrava de como os personagens em questão estavam no primeiro livro, e como nunca passaria pela minha cabeça que aquilo pudesse vir a acontecer com eles. Tyrion Lannister, vivendo na luxúria em Porto Real no primeiro volume, agora sendo vendido como escravo (um pequeno, porém saudável spoiler). Arya Stark, a filha de Ned, que passou por maus bocados e agora está do outro lado do Mar Estreito em um templo, aprendendo a se tornar uma assassina (mais um spoiler saudável). Tudo isso torna a série cada vez mais maravilhosa, intrigante e chocante. Sim, chocante.
O final de muitos personagens foi realmente chocante. Fiquem calmos, eu não contarei nada para não estragar o seu sofrimento também hahah. Não sei o que é pior: tudo aquilo acontecer no final, ou não ter a mínima ideia de quando descobrirei os desenlaces.
Esse é um assunto polêmico entre os fãs da série: há aqueles que pressionam George e reclamam de seus outros projetos, querendo que foque apenas em ASOIAF, e aqueles que são contra os que pressionam (mas que devem ter o mesmo sentimento de "pare de fazer outra coisa e apenas escreva o próximo livro logo"). Particularmente, estou no meio do caminho. Não é como se eu me revoltasse com os outros projetos de George, mas sou da opinião de que deve focar mesmo no sexto livro e escrever como se não houvesse amanhã. Nâo podemos exigir nada muito rapidamente, afinal um trabalho sensacional desses não é feito do dia pra noite e a pressa é inimiga da perfeição. Mas, como todo leitor, aguardo ansiosamente pelo sexto livro e fico imaginando o que aconteceria (quero nem ver) caso George morra antes de conseguir terminar os próximos volumes. Com o fato de que terminarei de ler a série quando estiver na faculdade já me acostumei, mas não consigo conceber a ideia de não haver próximos livros e ter que esperar para ver os finais apenas na série. 
Um livro sensacional, um dos melhores da série (perdendo apenas para Tormenta de Espadas, obviamente), vai te deixar feliz, triste, sorridente e chocado ao mesmo tempo, e é imperdível (falando agora da série em si e não apenas de Dança dos Dragões) para todos aqueles fãs de boas histórias e que desejam uma bela prova da alta literatura fantástica.

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D

4 comentários:

  1. Oi Adan! Vc recebeu a inha resposta ao seu email?
    www.fofocas-literarias.blogspot.pt
    jessinha.cruz@gmail.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Simm, desculpa não responder antes, mas acabei de responder!!
      Obrigado pelos toques hahaha

      Excluir
  2. Muito boa sua resenha, você escreve "simpaticamente" e eu não sabia que isso era tão possível numa resenha :P Enfim, gostei muito do blog, um layout "simples" e bonito. Parabéns

    ResponderExcluir