terça-feira, 27 de agosto de 2013

Vamos falar sobre: Cidade das Cinzas



*este post pode conter algum spoiler sobre o livro Cidade dos Ossos*

Recentemente terminei de ler Cidade das Cinzas, o segundo livro da série Os Instrumentos Mortais e posso dizer que é o melhor até então! Cidade dos Ossos é um livro muito bom, sim, mas esse segundo consegue ser ainda melhor. Com um ótimo ritmo, conseguiu prender minha atenção do início ao fim (não que o primeiro não o tenha feito, mas esse conseguiu me prender ainda mais). 
Valentim, que no final do primeiro livro consegue ficar com o Cálice Mortal, agora está em busca do segundo dos Instrumentos Mortais: a Espada da Alma. Essa espada é usada em julgamentos, por não permitir que o réu minta, e pode ser usada também para invocar demônios, o que mais interessa ao vilão. Para usar essa, digamos, habilidade da espada, Valentim tem que realizar um ritual usando sangue de quatro crianças do Submundo: um feiticeiro, um vampiro, um lobisomem e uma fada.
Enquanto isso, Jace sofre diversas injustiças no Instituto. Isso porque todos acreditam que ele está ao lado de sem recém descoberto pai, Valentim. Maryse Lightwood, mãe de Alec, Isabelle e Max, o coloca contra a parede, sempre fazendo perguntas e desconfiando de suas respostas. O garoto está cada vez mais... impossível, creio que seria a palavra certa. O jeito sarcástico, teimoso e inconsequente de Jace que não me incomodou no primeiro livro começou a me incomodar um pouco no segundo, mas logo percebi o porquê de tudo aquilo. Analisando psicologicamente o personagem (vamos fingir que sou Ph.D no assunto), podemos perceber que Jace está arrumando encrencas e sendo ríspido com todos a sua volta por causa de toda a pressão que caiu sobre seus ombros com a revelação de que Valentim é o seu pai. Todos passaram a desconfiar do rapaz, e a única maneira de relaxar e se esquecer por um tempo de tudo o que está acontecendo é matando demônios. Quando não há demônios para caçar, ele acaba indo para um bar frequentado por lobisomens apenas para brigar com eles, o que lhe daria mais momentos de ação e menos de preocupação sobre a opinião das pessoas ao seu redor. Além disso, vai a esse bar para poder chamar a atenção de Luke, um lobisomem, uma espécie de pai verdadeiro para Clary e que o entenderia como ninguém mais entende. Isso me fez ter pena de Jace. Mesmo quando está quebrado não quer deixar de lado a postura de "fodão", não quer admitir que é imperfeito como todo mundo.
Maryse chama a Inquisidora, personagem mais odiável de todo o livro cujo repertório de ameaças não é lá dos maiores (por duas vezes diz que Jace não está no inferno, mas que iria querer estar se fosse descoberto que estava mentindo para a Clave). Ela planeja usar a Espada da Alma para interrogar Jace, que fica na Cidade dos Ossos, lugar onde todos os Caçadores de Sombras são enterrados e onde moram os Irmãos do Silêncio, homens que têm os lábios costurados e falam diretamente nas mentes das pessoas. No primeiro livro Clary vai até lá para que os Irmãos a ajudem a recuperar sua memória, que foi bloqueada a pedido de sua mãe para que não soubesse antes da hora sua origem e seus poderes. Neste livro, vão até lá para deixar Jace preso em uma cela em uma das partes mais profundas e escuras do local. 
Enquanto Jace está preso, num breu total e cercado de pessoas há muito mortas em suas celas, Valentim organiza um ataque ao local em uma das melhores cenas do livro. O objetivo? Roubar a Espada da Alma. 
Como a espada poderia ser usada pela Inquisidora para acusar Jace, logo ligaram seu sumiço ao coitado, que foi ainda mais injustiçado.
Então estamos neste cenário: Valentim armando para invocar um exército de demônios que destruirão a Clave e Jace sendo acusado de crimes que nem cometeu. Em certos momentos passa pela nossa cabeça que ele pode estar mesmo envolvido com Valentim, o que achei uma estratégia muito boa da autora, Cassandra Clare. Nos fazer sentir pena do personagem injustiçado e depois nos fazer ficar com a pulga atrás da orelha: "e se ele estiver mesmo tramando ao lado do pai?"
Clary, em tese, é a protagonista do livro, mas de todos com maior destaque ela foi a que menos apareceu. Teve sim seus momentos de glória, mas não consigo vê-la como protagonista com tantos conflitos girando em torno de Jace. Em alguns momentos Clary chegou ainda a me irritar profundamente. Parece que ela sentiu que não estava participando como uma digna protagonista e decidiu querer participar de qualquer jeito.
"Posso ir lutar contra um demônio com vocês?" "Não, Clary" "Mas eu quero" "Você não tem armas" "Então me dê uma arma" "Mas é perigoso" "Mas eu quero".
Ok, não foi exatamente assim, mas enxugando o texto foi mais ou menos isso o que estava acontecendo. Simon é um personagem que ganha um destaque muito maior neste livro, em cenas surpreendentes (evitando dar maiores detalhes para não soltar spoilers). Eu passei a gostar mais dele do que de Clary. E a gostar mais de Alec e Isabelle do que de Clary. Passei a gostar mais de qualquer um do que de Clary. Ela, por ser a protagonista, deveria atrair a atenção para si própria naturalmente, mas fica uma coisa meio forçada. 
Conhecemos neste livro diversos personagens novos, como a Inquisidora e papai e mamãe Lightwood já citados, e também Maia, uma licantrope, e a rainha da corte Seelie, uma fada. 
Como disse lá em cima, é um livro ótimo, o melhor até então. Os personagens são muito bem construídos e as famílias da história bem estruturadas. Morgenstern, Lightwood, Herondale, entre muitas outras, todas elas têm uma história própria, não são apenas citadas.
Cassandra Clare continua a série muito bem, e estou muito ansioso para ler o próximo volume, Cidade de Vidro (eu o vejo na minha estante, pego, me lembro que tenho outros livros para terminar e o volto em seu lugar. Mas logo logo eu leio, minha ansiedade não vai me permitir demorar muito para ler). 
Espero que tenham gostado, até a próxima ;D



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