sábado, 12 de julho de 2014

Vamos falar sobre: Príncipe Mecânico

Oi, como vai?
Hoje estou aqui para falar sobre O Príncipe Mecânico, segundo volume da trilogia As Peças Infernais, de Cassandra Clare.
O livro dá continuidade à história de Tessa Gray (que neste livro chegou a me irritar em alguns momentos como Clary Fray me irritava em Os Instrumentos Mortais) e dos Shadowhunters do Instituto de Londres. 
Mortmain, o príncipe mecânico, ameaça cada vez mais os Caçadores de Sombras com seu exército de autômatos, grandes robôs que funcionam a base de energia demoníaca e não podem ser derrotados tão facilmente como os membros do Submundo (vampiros, lobisomens e afins). Além disso, Mortmain deseja Tessa para algum fim cabuloso. Com a promessa de um ataque de seu exército mecânico cada vez mais iminente, torna-se urgente que Charlotte, Henry, Jem e Tessa (Jessamine é um caso a parte) descubram sua história, sua localização e como para-lo. Benedict Lightwood, um dos personagens mais odiáveis do livro (o sobrenome causa estranheza, já que no "futuro", em Os Instrumentos Mortais, os Lightwood são alguns dos personagens mais legais), se aproveitando disso, resolve solicitar o comando do Instituto, o que lhe será concedido caso os Shadowhunters que lá vivem não consigam informações valiosas sobre o vilão. 
Assim, uma verdadeira corrida contra o tempo acontece, os personagens enfrentando cada vez mais perigos pelo caminho.



Terminada a introdução da parte legal, devo prosseguir dizendo que, como Cassandra Clare é Cassandra Clare, ela não poderia deixar de fora o tão clichê e tão oh-meu-Deus-vou-ali-vomitar triângulo amoroso. 
Will Herondale, o bad boy da história, é apaixonado por Tessa, mas não pode se entregar a este louco amor por causa de uma maldição que sofreu quando era mais jovem. Jem Carstairs, o bom moço, deixa de esconder o amor que sente por Tessa e luta para sair da friendzone e viver one sick love story (emprestando descaradamente aquela frase do pôster de A Culpa é das Estrelas) pelo tempo que lhe resta, já que está morrendo por causa da droga (tóxica, mas que, se parar de usar, acabará morrendo de abstinência). No meio disso tudo temos a adorável Tessa, que foi tão mais legal no primeiro livro, Anjo Mecânico, mas que resolveu se entregar à dúvida: qual dos dois escolher?
Will é um personagem realmente legal, e o drama de Jem com a questão da droga é ótimo. Além disso, o drama existencial de Tessa (que pode adquirir a aparência que quiser e teme perder a própria aparência, deixar de existir como realmente é), a busca por suas origens, sua verdadeira identidade e a de seus pais, e sua relação com o egoísta e inescrupuloso irmão Nathaniel Gray são ótimos. Cassandra Clare tem o dom de criar bons personagens, com profundidade e que se identificam com o leitor de alguma forma. Mas ela também tem o dom de enfiar triângulos amorosos no meio e emperrar o andamento da história. É anti-clímax (para mim, mas tenho certeza de que muitas da leitoras que só leem pelo romance discordam) estar esperando algo incrível acontecer, mas ter que passar páginas ou até mesmo um capítulo inteiro com rolinhos amorosos. 
Fora esses personagens já citados, temos Magnus Bane (presente nas duas séries, e que consegue se destacar nas duas) e Sophie, a copeira do Instituto que faz suas horinhas de psicóloga e amiga de Tessa e ganha cada vez mais destaque ao longo do livro (o que gostei bastante, pois passou de uma simples personagens para uma das minhas favoritas da trilogia).
Muito é revelado, muito do que já havia sido revelado é contestado com revelações ainda mais surpreendentes que te deixam sem fôlego e ao mesmo tempo que te fazem se sentir iludido por Cassandra acabam por te prender ainda mais à história.



Já comentei sobre a evolução de Clare desde Os Instrumentos Mortais, e volto a afirma-la aqui. Seus diálogos estão cada vez mais bem construídos, suas descrições mais detalhadas, suas reviravoltas mais chocantes. Não é difícil afirmar que As Peças Infernais é, sim, superior a Os Instrumentos Mortais em todos os aspectos. Já posso imaginar como The Dark Artificies (nova série da autora que se passará alguns anos após a conclusão de Cidade do Fogo Celestial) será boa, mas (posso vir a mudar de ideia, mas duvido bastante) me abstenho, assim como me abstive dos últimos volumes de Os Instrumentos Mortais (que, para mim, acaba mesmo em Cidade de Vidro). Isso porque, mesmo que a melhora da autora tanto no conteúdo do livro como no modo como o apresenta seja incontestável, me recuso a continuar comprando esses livros que temo serem escritos somente por dinheiro, o que tanto critiquei em Rick Riordan. Já são 10 livros sobre Shadowhunters publicados, e a autora ainda promete mais uma série com sabe-se lá quantos volumes SOBRE SHADOWHUNTERS! E o pior: para amarrar o leitor, ela já insere os protagonistas da nova geração no final de Os Instrumentos Mortais, como que para fazer o leitor se sentir com uma história incompleta caso não compre os próximos volumes. 
Realmente admiro Cassandra pelos livros que já li e o que ainda lerei (Princesa Mecânica, meu adeus a autora), e realmente quero conhece-la na bienal do livro (sim, ela virá!), mas cansei de suas séries com a fórmula basicamente pronta (opa, sou uma Caçadora de Sombras! Uau, duas pessoas me amam, quem será que vou escolher?).
Enfim, passado esse momento de crítica à autora, volto a afirmar que Príncipe Mecânico é, sim, muito bom, e consegue funcionar como um bom "filho do meio" (e com momentos de tirar o fôlego) na trilogia que certamente terá uma conclusão épica no próximo volume. 

Espero que tenham gostado, até a próxima ;D

2 comentários:

  1. Ahhhhh o triângulo amoroso Will - Tessa - Jem é legal de se ler. Não achei enjoativo nem nada.
    As peças infernais é a melhor série que a tia Cassie já escreveu. Amei TMI, mas TID me conquistou de uma forma irremediável.

    Amantes da Literatura

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  2. Esse livro realmente tem um enredo bem interessante. Mas tenho que admitir que nessa história, até que o triângulo amoroso não me irritou.

    thoughts-little-princess.blogspot.com

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